Nacional | 07-06-2024 14:59

Municípios contra central hidroeléctrica espanhola no Tejo

Projecto levará à redução de caudal e agravará a situação problemática já hoje verificada na água do rio Tejo, em território português.

A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) emitiu parecer negativo ao projecto da nova central hidroeléctrica reversível a instalar no rio Tejo, entre as barragens José Maria Oriol (Alcántara) e Cedillo (Cáceres), em Espanha.

O projecto, liderado pela empresa Iberdrola Espanha, tem como objectivo a instalação de centrais hidroeléctricas reversíveis no rio Tejo, para armazenamento energético, bombeando água entre reservatórios a diferentes altitudes durante períodos de baixo consumo e restituindo a energia armazenada à rede em momentos de elevado consumo.

O parecer da CIMAA em relação ao projecto, designado Aproveitamento Hidroeléctrico de José Maria de Oriol II – Espanha, foi publicado no portal participa.pt, cujo período de consulta terminou no dia 28 de Maio, decorrendo agora a fase de análise.

Segundo a comunidade intermunicipal que reúne os 15 municípios do distrito de Portalegre, este projecto espanhol foi debatido na reunião ordinária do seu conselho intermunicipal, no dia 16 de Maio.

De acordo com o parecer, consultado hoje pela agência Lusa, o projecto “prevê” a instalação de uma central de elevação de água da albufeira de Cedillo (Espanha), para a transferir para a albufeira de Alcántara (Espanha), permitindo assim um funcionamento “em ciclo fechado”.

Esta produção de energia em Alcántara “significa uma transferência de caudal sem retorno” para território português, “com prejuízo” para as albufeiras nacionais que se encontram a jusante, também no rio Tejo.

“Tudo nos leva a crer que a concepção do projecto levará à redução de caudal e agravará a situação problemática já hoje verificada na água do rio Tejo, em território português”, pode ler-se.

E, em consequência, “acelerando a situação da proliferação de espécies aquáticas invasoras/infestantes”, acrescentou.

Além desse factor, a CIMAA alertou que esta situação “associa uma elevada perda” de biodiversidade e “degradação” dos habitats aquáticos e ribeirinhos em toda a bacia hidrográfica, principalmente no que respeita à possibilidade de redução do caudal e degradação da qualidade da água do rio Tejo, a jusante da barragem de Cedillo.

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