Aumentar em 30% espaços verdes nas cidades evita 2.600 mortes
Espaços verdes contribuem para a recuperação física e o repouso e melhoram o sistema imunitário e respiratório. Aumentá-los diminuiria a mortalidade, revela estudo.
Aumentar em 30% a presença de árvores nas cidades poderia evitar mais de 2.600 mortes por ano na Europa, indica um relatório da Universidade de Navarra, em Pamplona, Espanha, divulgado esta quarta-feira, 16 de Julho, em Portugal.
Segundo o documento, “Influência do ambiente urbano na saúde das pessoas”, os espaços verdes nas cidades têm vários benefícios, nomeadamente reduzir a temperatura urbana e mitigar as “ilhas de calor” das cidades. O estudo indica que nos parques a temperatura pode baixar até 3,5ºC (graus celsius) e nas ruas arborizadas pode descer até 3,1ºC.
Os espaços verdes contribuem para a recuperação física e o repouso, com a combinação de ar fresco e sons da natureza a reduzirem a fadiga, mas também estimulam a saúde cardiovascular através da actividade física ao ar livre.
Segundo o estudo, os espaços verdes também reforçam o sistema imunitário e respiratório, porque a exposição contínua à biodiversidade presente nos parques urbanos “aumenta a capacidade de defesa do organismo contra diversas patologias”.
Os investigadores dizem que o ambiente urbano está cada vez mais exposto a fenómenos climáticos extremos e é cada vez mais densificado, pelo que os espaços verdes são uma necessidade, promovendo melhorias na saúde física e mental da população. Ao contrário, a falta de espaços verdes está associada a problemas como stress, ansiedade e obesidade.
O estudo foi feito pelo Instituto Bioma, da Universidade de Navarra, em colaboração com a Sanitas, empresa ibérica de serviços de saúde que pertence à seguradora Bupa Portugal. Os investigadores estimam que 2.300 pessoas morreram devido a temperaturas extremas nas cidades.
Segundo a Direcção-Geral da Saúde, Portugal continental registou 284 óbitos por excesso durante o período de alerta de tempo quente, iniciado a 28 de Junho, maioritariamente entre pessoas com 85 ou mais anos.