Nacional | 20-08-2025 11:19
Aumentam doenças transmitidas por mosquitos na Europa

Alterações climáticas são favoráveis ao aumento de infecções transmitidas por mosquitos. Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alerta para necessidade de resposta robusta.
As alterações climáticas estão a potenciar o aumento na Europa das infecções transmitidas por mosquitos, que encaminham o continente para um “novo normal” e evidenciam a necessidade de uma resposta robusta e coordenada em defesa da saúde pública. O alerta é do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), numa altura em que se bateram recordes de infecções pelo Vírus do Nilo Ocidental (VNO) e pelo Chikungunya em território europeu.
“A Europa está a enfrentar épocas de transmissão mais longas e intensas para doenças transmitidas por mosquitos, incluindo o VNO e o Chikungunya. A mudança é provocada por factores climáticos e ambientais como o aumento das temperaturas, Verões mais longos, Invernos mais amenos e alterações no padrão das chuvas, condições que combinadas criam um ambiente favorável ao desenvolvimento dos mosquitos e transmissão de vírus”, lê-se num comunicado do ECDC divulgado esta quarta-feira, 20 de Agosto.
Para o organismo europeu, a Europa está a entrar numa “nova fase”, com transmissões mais longas, disseminadas e intensas destas doenças, que serão o “novo normal”. O ECDC afirma estar a trabalhar com os Estados-Membros da União Europeu para garantir respostas à medida e orientações de saúde pública atempadas para reforçar a resposta europeia.
Segundo o ECDC, o mosquito que pode transmitir o vírus Ckikungunya (Aedes albopictus) está instalado em 16 países europeus e 369 regiões, mais do triplo das 114 regiões de há uma década. Isto combinado com o aumento crescente das viagens internacionais torna os surtos destes vírus mais prováveis, tendo sido registados este ano 27 surtos de Ckikungunya, um novo recorde no continente europeu.
Ainda segundo o ECDC, a distribuição de casos de VNO na Europa continua a mudar e na última década foram detectadas infecções em regiões novas todos os anos. Este ano, pela primeira vez, foram registados casos nas regiões de Latina e Frosinone, a sul de Roma, em Itália, tendo o continente europeu registado o maior número de infeções por VNO em três anos.
Dados do ECDC indicam que a 13 de agosto havia registo de 19 mortes e 335 infecções de origem local pelo VNO em oito países europeus. Itália é o país com maior registo de infeções (274), seguindo-se a Grécia (35), Sérvia (nove), França (sete), Roménia (seis), Hungria (duas), Bulgária (uma) e Espanha (uma).
“O ECDC estima que as infecções continuem a aumentar, sendo expectável que atinjam um pico sazonal em Agosto ou Setembro”, lê-se na nota do organismo de saúde, que alerta que com a disseminação dos vírus será cada vez maior o número de pessoas em risco na Europa.
Residentes e visitantes em áreas onde existam estes vírus devem adoptar medidas individuais de protecção, como o uso de repelentes, usar mangas compridas e calças, sobretudo ao início e fim do dia, e redes mosquiteiras nas janelas e nas camas, recomenda o ECDC, sobretudo para pessoas idosas, crianças ou com o sistema imunitário enfraquecido.
A nota do organismo europeu refere ainda que foram desenvolvidas novas vacinas para o vírus Chikungunya, mas ainda não existe uma vacina de uso humano para o VNO.
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