Nacional | 06-11-2025 15:21

Problemas audiológicos afectam 29% das crianças em idade pré-escolar

Problemas audiológicos afectam 29% das crianças em idade pré-escolar

Estudo revela que cerca de 29% das crianças apresentam problemas audiológicos à entrada para o 1.º ciclo do ensino básico. Disfunções dificilmente são detectadas por pais e professores, mas podem ter um impacto negativo na aprendizagem.

Cerca de 29% das crianças apresentam problemas audiológicos à entrada para o 1.º ciclo do ensino básico, revelou um estudo do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), que realça a importância da realização de rastreios em idade pré-escolar. “Embora os rastreios auditivos neonatais estejam largamente implementados em Portugal, a prevalência de alterações auditivas quase duplica em idade pré-escolar”, informou a coordenadora do estudo, Margarida Serrano.
O estudo “Preschool Hearing Screening: Nineteen Years of the Coração Delta Project in Campo Maior, Portugal” analisa os resultados de 19 anos de rastreios audiológicos realizados por docentes e estudantes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC), em Campo Maior, ao abrigo de um protocolo com a associação Coração Delta.
Durante este período, foram realizados rastreios a 1.068 crianças, com idades entre os cinco e os seis anos, tendo 310 (29 por cento) apresentado algum tipo de problema audiológico. As ocorrências mais frequentemente registadas foram “alterações no timpanograma, manifestadas unilateralmente [num só ouvido] em 104 crianças (9,7%) e bilateralmente [em ambos os ouvidos] em 81 crianças (7,6%)”.
De acordo com a investigadora, estas alterações podem manifestar-se através de perda de audição (que se revela tardiamente) ou de uma sensação de som abafado e longínquo, provocada pela presença de secreções no ouvido médio. “Estas disfunções dificilmente são detectadas por pais e professores, mas podem ter um impacto negativo na aprendizagem escolar. No processo de aprendizagem da leitura, é essencial ter uma audição clara”, vincou Margarida Serrano, sublinhando que a detecção precoce destes problemas é essencial para um desempenho académico de sucesso.

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