Fusão de Caixas de Crédito Agrícola Mútuo vai ser retomado
Grupo quer fazer a fusão das 19 caixas com menor activo nos próximos cinco anos.
O presidente do Crédito Agrícola disse hoje que o grupo quer fazer a fusão de 19 caixas em cinco anos um processo que deveria ter acontecido mas cuja complexidade e pandemia fez atrasar.
Num painel de debate em que participaram os presidentes dos principais bancos portugueses no Fórum Banca, em Lisboa, questionado sobre fusões de bancos, Licínio Pina disse que o grupo financeiro que dirige não olha para fusões e aquisições externas e que está focado na sua melhoria interna e que aí irá fazer a fusão de 19 caixas (aquelas com menor activo) com outras caixas.
Segundo o gestor, das actuais 75 Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, 19 concentram mais de 70% do activo e outras 19 detêm apenas 9% do activo, o que põe em causa a sua sustentabilidade, considerando que nestas terá de haver fusão com caixas da sua proximidade.
“Não tenho dúvida que nessas 19 tem de haver fusão”, disse, considerando que isso é fundamental para desde logo terem capacidade de dar resposta às novas regras que se impõem na banca, caso dos objectivos ESG (sigla em inglês relativa a objectivos ambientais, sociais e de governação).
Licínio Pina disse que a fusão das caixas já era para ter sido executada, mas que a complexidade do processo e os dois anos de crise pandémica em que foram suspensas reuniões e assembleias-gerais fizeram atrasar.
À margem do Fórum Banca (organizado pelo Jornal Económico e a consultora PWC), Licínio Pina disse à Lusa que o objectivo é que este processo esteja terminado num prazo de cinco anos e que para isso será importante rever o regime jurídico para tornar o processo menos complexo. Acrescentou ainda que a fusão de caixas não implicará necessariamente fecho de balcões.
O grupo Crédito Agrícola é composto por 75 Caixas de Crédito Agrícola Mútuo e Caixa Central que, em conjunto, detêm cerca de 624 agências (a maior rede de um banco em Portugal). Tem ainda actividade nas áreas seguradora, de gestão de activos e capital de risco. Em 2021, o grupo Crédito Agrícola teve lucros de 158,8 milhões de euros, mais 82,9% face a 2020.