Nacional | 10-08-2022 17:59

Levaram o sino da capela porque já não havia mais nada de valor  

Objectos de arte sacra já tinham sido retirados do local tal como aconteceu em muitas outras ermidas mais isoladas

O sino da ermida situada junto ao sítio histórico da Batalha de Ourique, perto de Castro Verde, no distrito de Beja, foi furtado e a paróquia já apresentou queixa na GNR, revelou hoje o pároco Luís Fernandes. 

Em declarações à agência Lusa, o pároco de Castro Verde, Luís Fernandes, indicou que, dos objectos agora furtados na Ermida de São Pedro das Cabeças, o sino em bronze, do século XVII ou XVIII, é “o mais irreparável”. 

“Só se pode aceder à torre pelo telhado. Portanto, subiram para cima do telhado e arrancaram, literalmente, o sino e deixaram ficar o cabeçalho e as ferragens espalhadas em volta da capela”, adiantou o responsável. 

Já os outros objectos furtados, assinalou, “eram imagens populares, de pouco valor, que se podem comprar em Fátima”, porque “já há muito tempo” que foi retirada a arte sacra das ermidas mais isoladas da zona para evitar os furtos. 

O pároco Luís Fernandes disse ter sido alertado para o furto, na terça-feira à tarde, pela GNR, que o contactou depois de um popular ter avisado as autoridades de que a igreja estaria com a porta aberta. 

O furto terá ocorrido “nesta última quinzena, porque, no dia 25 de Julho, houve uma cerimónia” junto à ermida e, nesse dia, “estava tudo em condições, com o sino na torre e as imagens no interior”, afirmou. 

Segundo o responsável, o local onde se situa a igreja, apesar de ser isolado, a pouco mais de cinco quilómetros da vila de Castro Verde, “é um sítio com bastante passagem”, porque é “o lugar mais emblemático da zona e muito visitado por turistas”. 

O sino furtado data do século XVII ou XVIII, já que foi colocado “quando foi feita a ampliação da ermida”, que também é datada desse período, realçou, baseando-se na “informação das crónicas históricas” da paróquia. 

De acordo com a Câmara de Castro Verde, o sítio de São Pedro das Cabeças é “uma referência na historiografia portuguesa como local da Batalha de Ourique, no século XII” e um “local de forte importância histórica para o concelho”. 

A lenda conta que Afonso Henriques defrontou, em 25 de julho de 1139, nos então chamados “Campos de Ourique”, um vasto exército comandado por cinco reis mouros e, após a vitória, os seus soldados levaram-no a autoproclamar-se Rei de Portugal. 

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