Nacional | 28-09-2022 16:05

Maioria das pessoas em situação cardíaca grave não chama o INEM 

Maioria das pessoas em situação cardíaca grave não chama o INEM 

As doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço das mortes que ocorrem em Portugal. Só o enfarte do miocárdio mata, em média, 12 pessoas por dia.

O coordenador do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares alertou hoje que a maioria dos doentes com uma situação aguda de doença cardíaca desloca-se ao hospital por meios próprios, o que “nunca deveria acontecer”. 

“Há um universo de 60% [de doentes] que continuam a não chamar o INEM, que é a grande, grande arma para os doentes serem tratados adequadamente, uma vez que os encaminha para os hospitais mais adequados, através da Via Verde Coronária”, disse à agência Lusa Luís Filipe Macedo, na véspera de se assinalar o Dia Mundial do Coração. 

Apesar dos sucessivos alertas para a importância de ligar para o 112 perante sintomas de enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular-cerebral, o coordenador do plano da Direcção-Geral da Saúde disse que, “infelizmente, as pessoas, não estão tão esclarecidas como deviam estar”. 

“Nós recebemos nos hospitais ainda muitos doentes [com situações agudas] que vão pelos meios próprios, o que nunca deveria acontecer”, lamentou o médico, apelando à população para “chamar de imediato” o 112 quando tiver “sinais de alarme” como dor no peito, sudação, sensação de peso nos membros superiores e náuseas. 

“Se uma pessoa ficar em casa, ficar para o dia seguinte, não chamar uma ambulância do INEM, pode ficar com sequelas, além de que pode até falecer”, advertiu Luís Filipe Macedo, elucidando que os primeiros 90 minutos são fundamentais para tratar um ataque cardíaco. 

Atrasar o tratamento das doenças coronárias conduz a uma situação “muito grave”, a insuficiência cardíaca, disse. 

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte a nível global. Em Portugal, são responsáveis por cerca de 33 mil mortes anualmente, um terço do total de óbitos. Só o enfarte do miocárdio mata, em média, 12 pessoas por dia. 

Luís Filipe Macedo adiantou que muitas vezes bastam “pequenos gestos” para evitar a doença. Por exemplo, aproveitar os parques e os jardins das cidades para passear, conhecer melhor as cidades a pé, ter cuidados de nutrição. Também devem ser evitados os factores de risco cardiovasculares, como o tabaco, o colesterol, a hipertensão arterial, e a diabetes. 

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