Nacional | 06-10-2022 19:01

Seis mil pessoas pedem solução mediada entre agricultor em greve de fome e o Estado 

Não querem julgar o diferendo na praça pública, mas dizem ser sensíveis à situação humanitária de Luís Dias e à existência de erros, omissões e responsabilidades do Estado

Perto de 6.000 pessoas assinaram uma petição a pedir ao primeiro-ministro que promova uma reunião com os agricultores Luís Dias, em greve de fome há 29 dias, e Maria José Santos, concretizando o processo de mediação pela Provedoria de Justiça. 

No documento, que contava com 5.990 assinaturas às 17:15 de hoje, os peticionários afirmam que “têm seguido com preocupação” a greve de fome promovida pelo agricultor Luís Dias, junto à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, em Lisboa, onde se encontra numa tenda há mais de 27 dias. 

Os subscritores reclamam “uma solução mediada” para o diferendo que opõe Luís Dias ao Ministério da Agricultura no caso da Quinta das Amoras, em Idanha-a-Nova. 

“Não cabe aos peticionários julgar o diferendo na praça pública nem determinar os remédios adequados. Mas não deixamos de ser sensíveis à situação humanitária do agricultor Luís Dias e à existência de erros, omissões e responsabilidades do Estado no processo, documentados em relatório da Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território”, lê-se na petição. 

Pelo exposto, afirmam, “vimos por este meio rogar a V. Exa. que a situação humanitária impõe, promova uma reunião com os agricultores Luís Dias e Maria José Santos e concretize o processo de mediação pela Provedoria de Justiça anunciado em Janeiro deste ano”. 

Desde que iniciou a greve de fome, o agricultor Luís Dias já foi duas vezes hospitalizado, tendo regressado ao protesto no jardim junto à residência oficial de António Costa. 

O proprietário agrícola já tinha estado em greve de fome em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, um protesto que durou cerca de 30 dias e terminou a 06 de Junho de 2021, após receber a visita de apoiantes e de falar com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. 

Na altura, o agricultor, de 49 anos, disse que se encontrava em greve “contra a indiferença destrutiva do Estado”, que alega ter prejudicado o seu projecto agrícola. 

Em Janeiro deste ano, Luís Dias anunciou que iria voltar a fazer greve de fome, acusando o Governo de “extrema má-fé”, após ter sido recebido pelo Ministério da Agricultura, mas ficou apenas um dia junto à residência oficial em São Bento porque, contou Maria José Santos, “o gabinete do primeiro-ministro apressou-se em os receber”. 

“E depois de nos dizer que ia haver mediação, ficámos à espera da mudança de Governo (…) e continuámos à espera do processo de mediação até hoje. E como o Governo já agiu desta forma inúmeras vezes connosco é por esse motivo que o Luís diz que não sai daqui”, lamentou. 

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