Vivemos tempos difíceis e muitas instituições, empresas e famílias passam por momentos de aflição que põem em causa o normal desenvolvimento das suas actividades e a satisfação de necessidades básicas individuais, como a alimentação. Por isso, não surpreende que as iniciativas solidárias surjam um pouco por todo o lado, como é habitual quando o espírito de cooperação dos portugueses é posto à prova. Louvo essa boa vontade para ajudar, mas acho que a solidariedade deve ser discreta para ser inteira e genuína. Quem dá para depois dizer e mostrar que deu, seja nas redes sociais ou nos órgãos de comunicação social, não está só a dar, está também a promover-se, a vender a sua imagem perante a comunidade e muitas vezes a pensar em retirar dividendos políticos ou reconhecimento social. É dar para receber algo em troca.
José C. Reis