O MIRANTE dos Leitores | 06-12-2022 21:00

Grupo comercial manda demolir duas chaminés históricas em Torres Novas

Parece que prevaleceu a razão técnica e de facto o país precisa sim de se renovar.

Parece que prevaleceu a razão técnica e de facto o país precisa sim de se renovar. Chega de conservar “monos” por decisão do coração e não da razão. O motivo invocado é credível, trabalhar em solos na proximidade de chaminés é esquecer que a mecânica dos solos é caprichosa.
A população só fica a ganhar, agora e no futuro. Os gestores municipais precisam de coragem e capacidade para ajudar as suas populações. Um país não cresce acrescentando linhas do lado da despesa, essas crescem naturalmente todos os dias e tendencialmente vão continuar a crescer, não precisam de manter a história à custa do erário público. Não podemos exigir que cada construção degradada se converta num museu só porque é velharia. Há que melhorar a rede viária, conservar ruas e praças, estender o saneamento básico. Há que melhorar escolas e centros de saúde, há que olhar as populações mais desfavorecidas, há ainda muito por fazer.
A reconstrução de uma chaminé, a sua estabilização e a sua dignificação custam, no imediato, centenas de milhares de euros, mais a sua manutenção de forma a garantir que não representa um perigo para as pessoas e bens. Depois há o lado histórico: quem tem boas recordações, quem lá fez uma carreira de progresso e bem-estar? Admito que muito poucos, então apenas querem conservar a imagem?
Na mesma lógica, hoje teríamos as metrópoles da pré-industrialização transformadas numa selva de chaminés e não as fábricas actuais onde predomina a tecnologia e ocupa gerações justamente remuneradas e produzindo bens de alto valor acrescentado.
Preferia que o dinheiro a ser gasto nas chaminés fosse antes investido num pequeno, mas bom, centro de formação tecnológica, que preparasse a juventude torrejana para a revolução digital. Não esperem por investidores sem ter para lhe oferecer aquilo que eles mais procuram, que não são terrenos baratos, naves já construídas ou redução do IRC, mas sim profissionais altamente qualificados.
Quanto a velharias, também tenho algumas, na garagem, mas nunca muitos anos, senão azedam.
Rui Figueiredo Jacinto

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