O MIRANTE dos Leitores | 18-02-2023 21:00

Poema de António Gomes Vidal

O MIRANTE dos Leitores

LIBERDADE DO VENTO

Temos a liberdade do vento
sem a invenção de gastarmos palavras velhas
num poema novo descoberto
não o dissemos
a cidade de qualquer maneira ficaria cinzenta
com vizinhos envergonhados à janela
e o olho cúmplice no ralo da porta
nós sabemos que amanhã há horas vermelhas
e serão inúteis todos os mandados de captura
temos a liberdade do vento
diluíram-se e desapareceram
pelo buraco da banheira todas as palavras mastigadas
correremos à desfilada pelo abismo do tempo
ficaremos no cosmos
na nuvem mais alta da tempestade ensanguentada
à chuva na viagem anedótica do bar pretexto
sugaremos a vida no universo dos sentidos
antes do suicídio colectivo
durante a asfixia universal
depois do orgasmo apocalíptico

temos a liberdade do vento

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