Uma região atrasada com um sistema de transportes públicos pacoviamente ridículo
Não há transportes públicos entre as cidades e principais vilas da região.
Não há transportes públicos entre as cidades e principais vilas da região. Os muito raros que há, passam uma vez ou duas por dia a horas que não servem para nada ou quase nada. E aos fins-de-semana não funcionam de todo. À medida que foram desaparecendo as pessoas compraram carro e as que não compraram ficaram confinadas às suas terras e limitadas em quase tudo.
Esta realidade é negada por quase todos os responsáveis autárquicos. Para eles até haverá transportes a mais porque cada concelho tem os seus transportes públicos municipais que circulam apenas e mal nos seus territórios, no horário do expediente e apenas nos dias úteis. E há uma outra coisa que se chama transporte a pedido. Uma espécie de Uber pré-histórico, que se tem que chamar com um dia de antecedência ou coisa que o valha.
Há cidades e vilas da região que distam entre cinco e dez quilómetros umas das outras, mas estão mais afastadas, em termos de transportes públicos e de frequência de passagem, que as capitais da Europa umas das outras.
Esta situação é mais uma das muitas que contribuem para a desertificação, o isolamento e o atraso. Santana-Maia Leonardo escrevia há dias aqui em O MIRANTE, num texto com o título “Putas e Vinho Verde”, que na Holanda (agora denominada Países Baixos), um território do tamanho do Alentejo, há 18 cidades médias que oferecem aos seus cidadãos trabalho qualificado, serviços de saúde e de ensino de qualidade, uma rede de transportes públicos excelente. A maioria dos políticos portugueses, autarcas incluídos, para além de ineptos, são pacoviamente ridículos.
Fernando de Carvalho