Portugal cada vez mais próximo dos países em desenvolvimento
Não muito longe de Lisboa, nos nossos concelhos ribatejanos, o arrendamento de um T2, típico de tantas famílias pertencentes à classe média, atinge já um valor médio de 850 euros. Se pensarmos que o ordenado mínimo em Portugal não chega aos 800 euros, que os serviços municipalizados cobram a cada família taxas altíssimas, além dos seus consumos reais, que o gás está a um preço absolutamente incomportável, e que as necessidades laborais e escolares obrigam a que cada família adira a um pacote de televisão+telefone+internet, é de admirar que não haja, ainda, mais barracas por este país fora.
Afirmar que o nosso país se está a aproximar dos países em desenvolvimento é, provavelmente, uma hipérbole. Isto, se considerarmos que um país em desenvolvimento possui um padrão de vida médio a médio-baixo, e no qual o desenvolvimento humano também não passa do mediano. Segundo o que se tem escrito e afirmado, Portugal não se pode enquadrar neste cenário, pois é parte integrante da União Europeia, apresenta um alto índice de desenvolvimento humano, de apoios sociais, de segurança social, e, também, prima pela influência política e económica.
E esta é a imagem que nos é dada através dos conceitos, pelos quais os países se definem. Será, contudo, que o Portugal de 2023 se enquadra neste retrato?
Em 2016, Portugal foi considerado o 21.º país mais desenvolvido do mundo, tendo, posteriormente, subido de posição. No entanto, será que hoje, Verão de 2023, a situação se mantém? A minha resposta é, inevitavelmente, NÃO!
Não, quando se vêem já recentes construções provisórias, que desfilam perante o olhar dos transeuntes, que se movimentam pelas ruas da capital do país, e que acentua a pobreza financeira das famílias. Estas construções que são conhecidas por “barracas”, e que foram no século passado o local habitacional de tantas pessoas, parecem tomar lugar, novamente, nas paisagens de Portugal. E esta realidade nem é de admirar, pois se os salários dos portugueses, que estão entre os mais baixos da Europa, não conseguem fazer face às rendas exorbitantes que certos senhorios praticam...
Não muito longe da bela cidade de Lisboa, nos nossos concelhos ribatejanos, o arrendamento de um T2, típico de tantas famílias pertencentes à classe média, atinge já um valor médio de 850 euros. Se pensarmos que o ordenado mínimo em Portugal não chega aos 800 euros, que os serviços municipalizados cobram a cada família taxas altíssimas, além dos seus consumos reais, que o gás está a um preço absolutamente incomportável, e que as necessidades laborais e escolares obrigam a que cada família adira a um pacote de televisão+telefone+internet, é de admirar que não haja, ainda, mais barracas por este país fora!
Claro que há prédios que também estão a ser transformados em autênticas favelas, onde em cada T2 cabem entre 8 a 12 inquilinos, dependendo se são casais ou pessoas solteiras.
As derrapagens orçamentais mantêm-se: os projetos que foram levados a cabo há meia dúzia de anos atrás estão em risco de serem reformulados para que tudo volte à sua forma inicial; os salários dos Portugueses são mostrados através das inúmeras batalhas travadas contra um governo de maioria absoluta; os Bancos e a TAP continuaram a ser alvo dos apoios governamentais, na Assembleia da República, a Carta de Vinhos continuará a ser um dos incentivos para que nenhum deputado de lá queira sair, ainda que conscientemente saiba que num país tão pequeno quanto o nosso, não são precisos tantos assentos parlamentares, e enquanto isto, a Segurança Social continua a atravessar uma crise…
Com o aumento dos turismo os cofres do Estado vão continuar a ficar mais cheios. O problema é que nunca saberemos o caminho é o caminho que o dinheiro faz.
Almejo o dia em que a honestidade do ser humano vença os interesses de alguns. Sei que é um sonho, uma utopia, mas através do sonho já nasceram grandes obras… e Homens!