Santana-Maia Leonardo devia deixar a ‘teoria da substituição’ para outros
No texto com o título “O regresso do Diabo”, publicado online a 3 de Dezembro, Santana-Maia Leonardo diz, no último parágrafo que, e cito: “(...) neste momento já está em curso um acelerado e irreversível processo de substituição de um povo, em vias de extinção, por uma imensa população imigrante”.
No texto com o título “O regresso do Diabo”, publicado online a 3 de Dezembro, Santana-Maia Leonardo diz, no último parágrafo que, e cito: “(...) neste momento já está em curso um acelerado e irreversível processo de substituição de um povo, em vias de extinção, por uma imensa população imigrante”.
Sei, e o autor saberá também, que a teoria da substituição, que tem mais de um século e que foi adoptada nos últimos anos pela extrema-direita, nomeadamente a europeia, na sua cruzada contra os imigrantes, tem adeptos em Portugal. Ainda recentemente, como O MIRANTE noticiou, vereadores do PSD e do Chega, no Entroncamento, a ela recorreram para justificar a não aprovação de construção de habitação municipal. E o presidente do Chega também se referiu a ela num recente encontro de representantes de partidos populistas de direita em Lisboa.
Mas os factos não confirmam o que o autor do artigo sugere. E muito menos a declaração de Lula da Silva, que ele considera ter dito o óbvio, de que em breve haverá mais brasileiros que portugueses em Portugal. Pelo que sei, estrangeiros a residir em Portugal são cerca de 750 mil e desses, só 234 mil são brasileiros. Somos mais de dez milhões. Estes dados não são exactos mas não andam longe da verdade. Gosto de ler os textos de Santana-Maia Leonardo, mas acho que ele é mais certeiro e objectivo quando fala na desertificação do interior.
Fernando de Carvalho