O abate de árvores
Desde 2022 vamos lendo em alguns jornais físicos e digitais cada vez mais amiúde, notícias tímidas, mas preocupantes, sobre o abate em moldes “esquisitos” de árvores em Portugal.
Desde 2022 vamos lendo em alguns jornais físicos e digitais cada vez mais amiúde, notícias tímidas, mas preocupantes, sobre o abate em moldes “esquisitos” de árvores em Portugal. Em 16 de Fevereiro de 2022 o então ministro do Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, autorizava o arranque de 1079 sobreiros e quatro azinheiras, numa área de cerca de 15 hectares, para a instalação de uma central fotovoltaica em Gavião, distrito de Portalegre. A 30 de Março de 2023, o jornal Público dava nota do abate de mais de 300 sobreiros ao longo da antiga linha férrea do Vouga. Em Agosto, o Público e o Jornal de Notícias publicavam o conteúdo do despacho de 1 de Agosto - também pela mão do há época ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro -, onde se declarara a “imprescindível utilidade pública” do Parque Eólico de Morgavel, autorizando formalmente com esta declaração o abate de 1821 sobreiros. Em 23 de Janeiro deste 2024 lemos no site da SIC Notícias sobre as 10 árvores abatidas no separador verde central da Avenida Marechal Gomes da Costa devido às obras do metrobus do Porto e mais “umas dezenas” de árvores com mais de 30 anos foram cortadas e removidas numa extensão de cerca de 400 metros junto à Via de Cintura Interna (VCI).
Em Abril de 2024 o jornal digital Mais Ribatejo e o jornal O MIRANTE noticiavam os cortes de árvores feitos pela Infraestruturas de Portugal (IP), nomeadamente 120 grandes árvores na estrada nacional 362, entre Alcanede e Valverde, e outras 170 no concelho de Santarém e no troço entre Rio Maior na EN114. Desde 2012, quando o sobreiro foi consagrado Árvore Nacional (Resolução da Assembleia da República 15/2012), foram já derrubados cerca de 35.000 sobreiros, grande parte destes abates autorizada por Declarações de Imprescindível Utilidade Pública e duas delas pela mão de sábios e conhecedores ministros do Ambiente e da Acção Climática.
L. Cardiga