Se entrego um terço do que ganho ao Estado, quero escolher quem vai gastar o dinheiro e em quê
Há pessoas que não se interessam por política e muitas nem sequer vão votar, seja qual for a eleição.
Há pessoas que não se interessam por política e muitas nem sequer vão votar, seja qual for a eleição. Não é o meu caso. Se entrego um terço dos meus rendimentos ao Estado e se o Estado vive apenas dos impostos dos cidadãos e empresas, não prescindo de participar na escolha dos que vão gerir o dinheiro e de saber como o estão a gastar.
No meu caso, entre IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares), IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis) e dezenas de taxas e tarifas, pago anualmente, uns nove mil euros, contas feitas por alto.
São cerca de 750 euros por mês. Como é que eu posso não querer participar na escolha dos políticos nacionais (deputados) e locais (autarcas) que gerem o meu dinheiro e o dos restantes cidadãos e empresas que pagam impostos?
E mesmo os cidadãos isentos do pagamento de IRS que são cerca de 42 ou 43 por cento, pagam IVA quando vão ao supermercado ou fazem qualquer outra compra de 6, 13 ou 23 por cento. E quem decide a percentagem de IRS, IVA, tarifas e taxas a pagar, são os políticos que escolhemos. E aqui só falo do dinheiro dos impostos, mas governar é muito mais que isso, como sabemos.
Quando penso nisto, só lamento que os partidos políticos e os sistemas eleitorais que temos, não permitam a escolha dos melhores para governar o país e os municípios, mas isso também pode ser alterado através das nossas escolhas.
Carlos Serafim Pereira de Carvalho