O MIRANTE dos Leitores | 05-08-2024 07:00

“As mulheres na engenharia”

O nosso “O MIRANTE” do passado dia 11 de Julho, aborda um tema a que dedico particular atenção e simpatia: a mulher na engenharia.

O nosso “O MIRANTE” do passado dia 11 de Julho, aborda um tema a que dedico particular atenção e simpatia: a mulher na engenharia. Como pai de uma engenheira (Biotecnologia, IST; Tecnologias da saúde, Un. Católica), e com os meus mais de 40 anos de engenharia de topo, só posso elogiar, mas sou forçado a discordar de alguns pontos, e para isso recorro a uma publicação com 54 anos (1970), quando de facto eram poucas as colegas, mas como referido num relatório do insuspeito MIT, as mulheres na engenharia quadruplicaram entre 1965 e 1969.
Sei da especificidade nas energias alternativas, e muito provavelmente são poucas as engenheiras a trabalhar nas eólicas do mar do norte, ou nos parques solares do tórrido deserto egípcio, mas em contrapartida a proporção será muito favorável às engenheiras na investigação, teste e aplicação.
Portugal é deficitário nos recursos humanos alocados à engenharia, tendência que vai agravar-se dado o crescimento da tecnologia em áreas tão relevantes como as energias alternativas, transformação digital, saúde ou robótica, isoladas ou em conjunto. Mas as oportunidades não são apenas na investigação, aplicação ou produção. À medida que o parque tecnológico se vá expandindo, irá crescer a procura da engenharia de manutenção, e essa incluirá forçosamente a mobilidade eléctrica, pois pese embora o antecipado saudosismo dos amantes dos motores ICE, o EV só precisa de tempo, ele é já o futuro.
A 13 de Setembro de 2023, no decurso da Conferência Europeia de Circuitos e Dispositivos de Estado-Sólido, realizada de 11 a 14 de Setembro no Centro de Congressos de Lisboa, ocasião em que foi também apresentado o “EU Chip’s Act”, numa organização conjunta da Universidade Nova de Lisboa, e Universidade de Sevilha, ambas sob o alto patrocínio da Associação Mundial dos Engenheiros Electrotécnicos e Electrónicos (IEEE), que contou com mais de 800 participantes vindos dos maiores centros de investigação e desenvolvimento privados, empresariais e universitários. E foi nesse ambiente que os mais altos responsáveis do IEEE me outorgaram o Certificado de Reconhecimento pelos 40 anos que dediquei à gestão da tecnologia na que foi a maior tecnológica mundial.
Sem que se tenha manifestado, também o nosso “O Mirante” teve conhecimento da homenagem, e aqui, relevando o valor intrínseco da mulher na engenharia, regresso ao documento de 1970 citando: And if goofs are made, there’s a tendency to say, “It’s because she’s a woman”. O que é uma tremenda injustiça para a Beatriz Corceiro, para a Edite Jacinto e para tantas outras mulheres que por todo o mundo abraçam a carreira da engenharia como dedicadas profissionais. Para todas votos de sucesso e felicidade.
Rui Figueiredo Jacinto

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