No Entroncamento todos falam em assaltos mas a maior insegurança são os carros
Anda muita gente preocupada por causa de assaltos e roubos, nomeadamente partidos políticos, mas raramente oiço falar de insegurança rodoviária.
Anda muita gente preocupada por causa de assaltos e roubos, nomeadamente partidos políticos, mas raramente oiço falar de insegurança rodoviária. E a mim quer-me parecer que a maior insegurança, na cidade onde moro, o Entroncamento, é mesmo essa.
E o que se passa no Entroncamento deve passar-se em muitas outras terras, onde há cada vez mais carros; mais condutores desastrados que parecem ter-lhes saído a carta numa rifa da quermesse, e mais e mais veículos a circularem a altas velocidades.
Os políticos locais trabalham para o voto, sejam os que estão a mandar, ou os da oposição. Alinham no coro da insegurança…ou melhor, da percepção de insegurança, porque a cidade não é tão insegura como a pintam e eu já aqui vivo há mais de quarenta anos. Vão pelo mais fácil e mais barato: instalam câmaras de vídeo vigilância. E reclamam por mais polícia.
Não tenho a veleidade de saber tudo, mas no meu círculo de amigos e familiares, cada vez mais as conversas são sobre a insegurança no trânsito. E todos eles sabem do que falam porque todos usam carro, seja para irem para o trabalho, na terra ou em terras vizinhas; seja para irem às compras ou para irem tratar dos mais diversos assuntos; seja para levarem os filhos à escola e às actividades extra-escolares.
Quem é que quer pôr mais polícia nas ruas a fiscalizar as manobras perigosas, velocidades excessivas ou estacionamentos? Ninguém, claro! Não faltariam protestos e acusações de caça à multa. Basta ver o que acontece quando se instalam umas simples lombas nas ruas ou uns pilaretes para evitar carros nos passeios, por exemplo. E nem pensem usar as câmaras de videovigilância para ver, por exemplo, quem não usa os piscas do carro. Isso era uma revolução!!!
Francisco Silva