Portugal e o português no Mundo

Portugal, país onde o poeta Luís Vaz de Camões é um dos grandes obreiros da sua modernidade, saberá, certamente, receber as várias culturas que nele se abrigam, promovendo a aprendizagem da língua portuguesa como meio de comunicação e entendimento entre todos.
Na altura em que se celebra o “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, cumpre refletirmos um pouco sobre a importância deste país “à beira-mar plantado” e da disseminação da cultura portuguesa pelos 4 cantos do mundo.
O português foi o colonizador e o emigrante, por excelência, e ficará, para sempre, eternizado na música portuguesa como o “Conquistador” dos Da Vinci ou por Linda de Suza, e a sua mala de cartão, sem nunca esquecer a saudosa Amália Rodrigues, que cantou e encantou o Mundo, com a sua voz e o nosso fado.
Ao longo da história, Portugal tem tido os seus grandes heróis, sendo um dos atuais o futebolista Cristiano Ronaldo: para sempre ficará a imagem de Portugal ligada ao futebol e ao grande CR7, que tem elevado o nome de Portugal e o ser português pelo mundo inteiro!
Portugal, país do velho mundo, levou o seu estandarte e a língua de Camões além-mar e, nos dias de hoje, a língua portuguesa, a quinta mais falada no mundo, tem mais de 260 milhões de falantes.
Língua românica de origem ibérica é, atualmente, a língua oficial, não só em Portugal, mas também no Brasil, em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Sendo que o português é uma língua, não é estanque e está, por isso, em constante mudança e evolução.
Longe vão já os tempos da escrita na grande epopeia de Camões, que eternizou os feitos dos portugueses e cantou o “peito ilustre lusitano”;
Longe vão já os tempos em que farmácia se escrevia com ph e onde o uso do hífen ou dos “p” e dos “c”, antes de palavras como baptizado e acção, era uma constante.
A língua portuguesa mudou. O acordo ortográfico, em vigor em Portugal desde 2009, exigiu uma reaprendizagem da escrita: as editoras tiveram de reconstruir os seus materiais didáticos em função desta nova realidade; os professores de reaprender a escrever, para depois ensinar; escritores e jornalistas de aprimorar os seus conhecimentos para que a mensagem não apresentasse nenhum entrave de comunicação e não mostrasse falta de conhecimento.
A língua portuguesa mudou, e continua a mudar: a migração encarregou-se de disseminar o português por esse mundo fora e deixar a sua marca nas culturas que o abraçaram. Hoje em dia, sendo Portugal um país que acolhe a multiculturalidade, é fácil antever que as várias culturas vão influenciar a nossa língua, tal como o português influenciou os demais.
Portugal, país onde o poeta Luís Vaz de Camões é um dos grandes obreiros da sua modernidade, saberá, certamente, receber as várias culturas que nele se abrigam, promovendo a aprendizagem da língua portuguesa como meio de comunicação e entendimento entre todos.
E este é o que me parece ser o grande desafio das escolas, das autarquias e dos governos, em geral: não basta acolher, é preciso abraçar e permitir que o que temos de mais essencial em qualquer cultura, seja utilizado para a aprendizagem, integração e inclusão de todos. E que melhor ferramenta temos se não a língua portuguesa, capaz de destruir barreiras e unir tantos povos?
E assim, finalmente, no dia em que se celebra Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas, poderemos celebrar o entendimento, a compreensão e inclusão de todos.