Autárquicas e progresso, uma reflexão idónea
Os projectos verticais que terminam na inauguração solene estão fora do tempo.
Os projectos verticais que terminam na inauguração solene estão fora do tempo.
Henry Ford cedo percebeu as vantagens da serialização, mas na sua visão fabril logo a complementou criando células de produção paralela, assim nasceu a produção híbrida. Anos mais tarde, os países asiáticos, mais disciplinados e objectivos, organizaram-se para o planeamento paralelo, mesmo que depois o processo seja serializado. Afinal, tudo consiste no mesmo objectivo: optimização. Muito antes da fábrica nascer é preciso definir em que consistirá: processo produtivo, automação/robótica, força laboral; área ocupada e sua distribuição; necessidades energéticas, mixing e alternativas; facilidades de acesso, e transportes, meios preferenciais e alternativas; força laboral, especialidades e número de postos de trabalho, formação base e especifica. Mas antes de tudo, já estava decidido: investimento, produto, modelo de negócio. No princípio do ano, quantos candidatos a autarca tiveram a iniciativa de formar um grupo de trabalho de pessoas credíveis, assertivas e sobretudo componentes para debater a grande questão “como podemos melhorar a nossa terra e a vida dos que nela vivem e trabalham?”. E não para tratar dos resíduos urbanos ou do pavimento das ruas, não, esses têm gestão própria e só temos de usar pragmatismo, mas como vamos conciliar o uso dos terrenos camarários com a habitação condigna sem fazer o jogo das clientelas, ou como atrair investimento sem ser à conta de baixos salários e precaridade. Depois, é preciso acabar com isso que parece ser um baixo custo, mas um péssimo exemplo, o popularismo que cria lugares de fachada que nada produzem e são um incentivo ao descontentamento dos que trabalham.
Rui Figueiredo Jacinto