O MIRANTE | 11-02-2016 11:32

Personalidade do Ano - Vida Hermínio Martinho

Um lugar na história da democracia graças à criação do PRD em 1985

Hermínio Martinho entrou para a história da democracia portuguesa ao fundar e liderar o Partido Renovador Democrático, PRD, em 1985 com o patrocínio tácito do Presidente da República de então, General Ramalho Eanes. Nas eleições desse ano o partido obteve mais de um milhão de votos e elegeu 45 deputados, tornando-se o terceiro maior partido português. O surpreendente resultado deu-lhe grande notoriedade a nível nacional. Assumiu o mandato de deputado, chegou a vice-presidente da Assembleia da República e teve assento no Conselho de Estado. Dois anos depois, uma moção de censura proposta pelo PRD na Assembleia da República levou à queda do Governo do PSD liderado por Cavaco Silva, que tinha maioria relativa no Parlamento. As eleições intercalares que se seguiram deram a primeira maioria absoluta a Cavaco Silva e o PRD foi fortemente penalizado nas urnas, mas mesmo assim Martinho conseguiu ser eleito novamente deputado pelo círculo eleitoral de Santarém, funções que desempenhou durante mais quatro anos.Engenheiro técnico agrário, Hermínio Martinho nasceu em Tancos, concelho de Vila Nova da Barquinha, em 23 de Março de 1946. Está radicado já há muitos anos em Santarém, onde estudou e cumpriu parte do serviço militar, vivendo na Quinta do Rosário, nos arredores da cidade, onde tem uma exploração agro-pecuária. Desempenhou o mandato de vereador na Câmara Municipal de Santarém entre 1979 e 1982, eleito pelo PS, e entre 1997 e 2001 eleito pelo PSD. Em Santarém tem estado sempre ligado ao movimento associativo, sendo actualmente presidente da assembleia geral dos Bombeiros Voluntários de Santarém e da Santa Casa da Misericórdia de Santarém. No início da década de 1980 foi presidente da Feira do Ribatejo e foi ele quem negociou, enquanto vereador do município, a compra da Quinta das Cegonhas onde foi construído o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA).Considera-se uma pessoa frontal, que gosta de dizer aquilo que pensa e sente. Desligou-se da política activa e colabora há já alguns anos com a construtora Tecnovia. O homem que uma vez deixou Lisboa numa noite eleitoral agitada para resgatar dos campos as suas vacas devido à cheia está hoje mais próximo do tecnocrata de fato e gravata do que do homem do campo que foi grande parte da sua vida. Mas de vez em quando ainda pega no tractor para matar saudades. Casado, pais de quatro filhos e avô de oito netos, tem na família o seu porto de abrigo e fonte de energia e motivação. “Quem nasce e morre sem ter filhos morre sem saber o que é o verdadeiro sentimento de amor que se pode ter por seres da nossa espécie. E o mesmo se pode dizer em relação aos netos, que nos enchem os olhos, o coração e a alma”, dizia numa entrevista a O MIRANTE em 2005, onde assumia que o Benfica é outra das suas paixões.

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