“Estamos perto de Lisboa mas suficientemente longe para manter uma boa qualidade de vida”

Francisco Oliveira - Presidente da Câmara Municipal de Coruche
A minha terra é Coruche. Foi aqui nasci, que constitui família e onde tenho o privilégio de dar o meu contributo para o bem comum. É um grande desafio fazer da “nossa” terra, uma terra que seja atrativa e acolhedora para quem já cá reside mas também para todos aqueles que vejam em Coruche uma oportunidade para trabalhar, investir, criar as suas famílias e se fixarem neste concelho.
Nós costumamos dizer que “Coruche Inspira” e não é cliché. Temos orgulho na beleza da nossa vila, no potencial do Rio Sorraia, da nossa lezíria, da charneca e do montado de sobro. Criamos a marca “Coruche Capital Mundial da Cortiça” e um Observatório do Sobreiro e da Cortiça. Temos um enorme potencial no turismo de natureza e nas diversas atividades que podemos praticar ao ar livre e por isso investimos nos percursos pedonais, na requalificação das margens do Rio Sorraia, no Aquatlo e no Triatlo mas também na pesca desportiva.
Temos uma das maiores manchas de montado do país, um importante cluster de biodiversidade, que nos permite desde a observação de aves, à realização de percursos pedestres ou de BTT ou um passeio a cavalo, a visita a coudelarias e ganadarias ou simplesmente uma viagem de balão que nos permite desfrutar de uma paisagem magnífica. Aliás, por isso estamos a apostar no Festival Internacional de Balonismo que já vai na segunda edição e tem sido um enorme sucesso.
Temos um património cultural inigualável, uma gastronomia única, vivemos as nossas tradições e investimos na preservação dessa identidade. Por isso criamos o Museu Municipal, o Núcleo Tauromáquico, o Núcleo Rural – Centro de Artes, Ofícios e Saberes Tradicionais , a Escola Museu Salgueiro Maia e iremos investir num núcleo “Casa Tradicional” da Erra.
Os principais pilares da nossa vida são transmitidos pela família. É o que hoje, como pai, transmito ao meu filho, tal como os meus pais me transmitiram a mim. Fundamentalmente valores como a importância do trabalho para alcançar objetivos, a dedicação a tudo o que fazemos, humildade e honestidade como pilares da construção da nossa personalidade. Também tento sempre colocar-me na pele do outro.
Durante um período da minha vida, na infância e adolescência, tivemos de nos deslocar para a Azambuja Os amigos que fiz durante a minha vivência pelas terras da Azambuja foram muito importantes para a minha formação enquanto jovem e adolescente. Estive lá até aos 17 anos. Tive oportunidade de fazer bons amigos e só posso agradecer a forma como a Azambuja me acolheu a mim e aos meus pais. Felizmente, posso dizer que tenho a sorte de ter feito amigos e criado laços nos vários sítios e situações por onde passei ou estive.
A irreverência da juventude leva-nos a viver aventuras e experiências que recordamos para a vida. Costuma-se dizer que a partir dos 50 recordamos sempre com muita nostalgia a vivência da nossa juventude. A minha passagem pelo serviço militar marcou muito a minha personalidade. Cheguei a ponderar seguir a carreira militar nos paraquedistas mas mudei de ideias. Não fiz planos para ter uma carreira política e hoje “estou” presidente de câmara. Esta é também uma fase da vida muito interessante porque tenho oportunidade de servir o próximo.
Estamos perto de Lisboa mas suficientemente longe para manter uma boa qualidade de vida que se traduz na segurança que se sente neste concelho, na beleza cénica do território natural e urbano e em equipamentos que são fundamentais para as famílias, sobretudo na área da Educação. Temos duas creches municipais e uma boa rede de ensino pré-escolar e do primeiro ciclo. Hoje temos um concelho com excelentes equipamentos desportivos, investimos na requalificação das estradas e do espaço público, tornando-o mais atrativo e diminuindo distâncias.
Queremos atrair pessoas e por isso temos as infraestruturas coletivas que permitem servir essas mesmas pessoas. Naturalmente, que estamos a trabalhar para capacitar o nosso território e temos tudo o que precisamos para fazer de Coruche o motor do Ribatejo, acredito que com a criação do nosso Parque Empresarial, obra que já se iniciou, estaremos na linha da frente para sermos atrativos em matéria de investimentos.
No nosso dia-a-dia e num território como Coruche, com mais de 1114 km², há sempre situações a que a autarquia não dá resposta em tempo, ou por questões logísticas ou de recursos humanos. Por outro lado, desagrada-me a burocracia dos procedimentos de contratação pública. Os prazos nem sempre se coadunam com o tempo dos projetos.
Hoje deparamo-nos com empresas que, por não terem mão-de-obra suficiente para conseguirem executar as empreitadas, ultrapassam todos os prazos para a execução das obras e entram em incumprimento. Isto faz com que os nossos trabalhadores tenham de acompanhar de perto os trabalhos e também nós, eleitos, temos de fazer um esforço maior para exigir o cumprimento dos contratos pois temos o nosso próprio contrato social com os munícipes e um programa para cumprir.
Temos conseguido manter reduzidas as taxas de IMI e de Derrama e ainda devolver IRS a quem tem domicílio fiscal em Coruche, uma vez que aplicamos uma taxa variável de 3% devolvendo assim 2% aos coruchenses. Já ao nível do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) mantemos a taxa nos 0,34% e a Derrama entre os 0,5% para o volume de negócios até 150 mil euros e 1% para os negócios superiores a 150 mil euros. Além disto, continuamos pelo quarto ano consecutivo a aplicar o IMI Familiar.
Coruche é um concelho seguro. Tenho um filho adolescente que é menor e não sou um pai diferente dos demais, isto significa que tenho os cuidados que devemos ter na transmissão de conhecimentos, de educação, de definição de regras e de o responsabilizar pelos seus atos mas também de aprender a gerir a sua autonomia. Felizmente, tem sido um trabalho bastante compensador vê-lo crescer e ser um jovem que age com essa responsabilidade. Mas é claro que tudo o que envolve a segurança dos nossos filhos nos preocupa seja aqui seja em qualquer lugar.