O MIRANTE | 21-11-2019 15:00

“É com muita tristeza e preocupação que vejo o Tejo poluído e assoreado”

“É com muita tristeza e preocupação que vejo o Tejo poluído e assoreado”
32º ANIVERSÁRIO

Etelvina Gaudêncio - Contabilista Certificada, 64 anos, Directora Técnica C.C. - Scalconta-Centro Scalabitano de Contabilidade, Lda

Touradas são cultura ou já foram mais e temos que mudar as mentalidades?

No meu entender, as touradas poderão ter sido cultura, noutras épocas. Temos que mudar de mentalidades, há que parar com tudo o que seja cruel. Nunca gostei de touradas!

Já comprou ou pensou comprar um automóvel dos eléctricos?

Já pensei comprar, principalmente por uma questão ecológica. O preço é demasiado alto. Numa próxima oportunidade talvez já seja possível, com melhores preços ou apoios. Quem governa deve tornar mais acessível o que ajudar a melhorar o ambiente.

Sabe em que data exacta começou a trabalhar?

Legalmente comecei a trabalhar em 1971 e isso é que pode interessar. Mudei poucas vezes de emprego e mantenho-me nesta empresa desde 1978, ou seja há mais de 41 anos. Penso que é uma longa carreira, de que muito gosto.

Escreve de acordo com o novo acordo ortográfico?

Profissionalmente tenho que respeitar o novo acordo ortográfico, mesmo não concordando com muitas das suas alterações. Não foi fácil adaptar-me!

Há quanto tempo vive na região?

Vivo em Almeirim desde os 9 anos de idade. Na altura vim a Santarém fazer o exame da “4ª. Classe”. Já pensei ir morar para Santarém, onde estou profissionalmente há mais de 45 anos. No entanto, sinto pertencer a duas cidades. Almeirim e Santarém e gosto das duas. Irei continuar assim, por enquanto.

O que faz mais falta no Ribatejo?

Primeiro, um Tejo limpo e com a água como era há cinquenta anos. Depois, mais indústrias que possam trazer mais desenvolvimento económico e social e empregos com qualidade. Na área do turismo certamente muito poderá ser feito para o desenvolvimento do Ribatejo.

E no concelho onde mora?

Nota-se a falta de empresas que possam criar mais emprego. No entanto verifico que a câmara municipal faz um enorme esforço em promover o nome de Almeirim, bem como dos seus produtos mais conhecidos. Organizam-se aqui muitas actividades desportivas e culturais. Criam-se condições para que as firmas grandes fiquem e se desenvolvam e para que novas firmas com dimensão para exportação se venham a fixar e criar emprego.

Pela sua experiência, somos melhor atendidos no Serviço Nacional de Saúde ou nas Finanças?

Nas Finanças, mas considero que os dois serviços atendem bem, podendo sempre melhorar.

Qual a sua opinião sobre o estado em que está o rio Tejo?

O Tejo tem sido esquecido pelos sucessivos governos, que vão passando sempre impunes. É com muita tristeza e grande preocupação que o olho, poluído e assoreado.

Costuma sentir necessidade de estar algum tempo sem ler ou ouvir notícias?

Sinto por vezes necessidade de dizer: “Hoje não estou!”, mas o mundo actual impõe-nos estarmos sempre atentos, mesmo em férias. Consigo, por vezes, desligar-me durante um fim-de-semana, mas nunca na totalidade.

Há quem diga que o interior do país, o tal desertificado, abandonado e envelhecido começa a partir da auto-estrada. Concorda?

A auto-estrada não contribuiu para a desertificação do interior, pelo contrário. A desertificação deve-se a políticas incorrectas dos sucessivos governantes, que teimam em centralizar políticas e ideias a partir de Lisboa. Penso que a tão falada descentralização poderá um dia contribuir para o desenvolvimento do interior e regiões.

O que é que não lhe perguntamos que gostaria de responder?

Sobre desumanização. O ser humano tem que ser mais pessoa e não só gente. Existe uma perda de qualidades, como respeito, ética, seriedade e carácter humano. Corremos o risco de um dia o ser humano ser parco em bons sentimentos e emoções. O ser humano precisa rever os seus valores!.

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