Isabel Jonet é a personalidade do ano nacional para os jornalistas de O MIRANTE
A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, é a personalidade do ano nacional para os jornalistas e administração de O MIRANTE.
Isabel Jonet está há 25 anos como voluntária no Banco Alimentar contra a Fome. Foi ela que ajudou a fazer da instituição uma verdadeira máquina de ajudar pessoas carenciadas; uma paixão que começou em 1994 e que dura até hoje.
O Banco Alimentar Contra a Fome é uma associação que apoia cerca de 2.600 instituições de solidariedade social em Portugal e tem mais de duas dezenas de delegações por todo o país. A associação entrega anualmente bens alimentares a cerca de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas.
Nascida numa família de cinco irmãos, Isabel Jonet aprendeu desde muito cedo os princípios da partilha e da solidariedade. Aos 12 anos começou a fazer voluntariado no Hospital de Sant’Ana, na Parede, durante as férias de Verão. Nascida em 1960, em Cascais, Isabel Jonet estudou em Oeiras e formou-se em Economia pela Universidade Católica. Trabalhou num restaurante e deu explicações até começar a trabalhar na Sociedade Portuguesa de Seguros. Em 1982 casou com Nuno Jonet com quem tem cinco filhos, Marta, Francisco, Pedro, José Maria e Isabel. Em 1994, depois de regressar de Bruxelas onde viveu alguns anos, decidiu dedicar todo o seu tempo ao voluntariado e à família. Desde 2012 que é também directora da Federação Europeia de Bancos Alimentares Contra a Fome.
“Fazer pessoas felizes e viver de forma apaixonada”, são duas das suas ideias mais evidentes nas entrevistas que tem dado ao longo dos últimos anos quando fala da sua missão. Para Isabel Jonet, a luta contra o desperdício de alimentos inclui outras lutas importantes para quem vive em sociedade, nomeadamente o desperdício de tempo, afecto e amor. “Num país onde há muitas pessoas com graves carências alimentares não podemos ignorar que se desperdiçam muitos alimentos na cadeia alimentar. Em Portugal há pelo menos um milhão de pessoas que vive com menos de 250 euros por mês, e cerca de dois milhões menos de com 400 euros por mês. Só quem não tem consciência desta realidade é que não percebe o trabalho dos milhares de voluntários de todo o país que dão o seu tempo ao Banco Alimentar Contra a Fome”, diz Isabel Jonet, que confessa ainda ser uma inspiração para a vida ver a motivação extraordinária de todos os voluntários que conhece e com quem trabalha directa ou indirectamente.
Isabel Jonet considera que os portugueses são gente boa, disposta a ajudar o seu semelhante, e que nisso fazem a diferença em relação a muitos povos do mundo. “Somos muito generosos, e temos o coração ao pé da boca”, diz, para se retratar e ao mesmo tempo identificar todos os portugueses que anualmente contribuem nas campanhas da associação.
A palavra “bondade” é uma das suas preferidas nas várias declarações que fez à imprensa ao longo dos anos quando lhe falam de projectos, adversidades e desafios para o futuro.