“Colocar em risco o equilíbrio ambiental é pôr em causa toda a economia”

António Quintela - Gerente da Sociedade Distribuidora de Gás – Agostinhos de Santarém Lda.
Em que pensa normalmente quando se fala de verde?
Penso em ecologia, em biológico, penso em natureza.
Como é que sente que poderia contribuir mais para a defesa do ambiente?
Procurando informar-me melhor sobre as questões ambientais para contribuir mais e melhor para uma discussão séria das medidas que todos temos que tomar em casa, nas empresas e na comunidade. Sinto que as gerações mais novas estão muito mais sensibilizadas para o assunto que as gerações mais velhas, mas não acho que estejam necessariamente, nem mais nem melhor informadas. A defesa do ambiente requer o envolvimento de todos e uma fractura geracional não ajudará em nada na resolução dos problemas.
Quais são os principais problemas ambientais na sua área de residência e de trabalho?
Poluição sonora e lixo urbano. São problemas que podiam ser resolvidos com uma melhor gestão da rede de transportes públicos e uma melhor racionalização do uso do transporte individual e com maior civismo dos cidadãos.
Há algo em que já tenha pensado ou que já tenha implementado na sua empresa que contribua para a defesa do ambiente?
Na empresa fazemos a triagem de resíduos e estamos a trabalhar na implementação da desmaterialização dos nossos documentos nomeadamente implementação da facturação electrónica. Todos os trabalhadores estão envolvidos e, em particular, a nossa responsável da qualidade.
De um modo geral, a economia é privilegiada em relação ao ambiente. Há alguma possibilidade de alterar esta situação?
Cada vez mais há uma noção de que colocar em risco o equilíbrio do ambiente representa pôr em causa toda a economia. Se fizermos uma discussão séria e sem extremismos sobre a necessidade imperiosa de mudarmos alguns dos nossos hábitos poderemos ver invertida esta lógica da economia primeiro.
Os países da União Europeia querem reduzir o uso de pesticidas para metade nos próximos 10 anos e ter 25% das terras agrícolas sob produção biológica. O que diria aos decisores políticos se lhe perguntassem a sua opinião?
Não sei avaliar a necessidade destas metas mas se estas medidas não puserem em causa a segurança alimentar na União Europeia e a sustentabilidade do sector agrícola muito concretamente em Portugal, devem avançar quanto antes.