“É caro investir na protecção do ambiente mas acaba por haver retorno a longo prazo”

Teresa Rosário - Administrativa Financeira - Ribatubos – Santarém.
Em que pensa quando se fala em verde?
A cor verde remete-me para o meu sector de actividade. Como comercializamos tubagens e material de rega isso é associado a jardins, campos, relvados... locais verdes. Esses espaços só continuarão a existir se os soubermos cuidar, sendo defensores do meio que nos envolve.
Quais são os principais problemas ambientais na sua área de trabalho?
Na área do meu local de trabalho, na Zona Industrial de Santarém, posso mencionar a falta de ecopontos. A câmara tem o serviço de recolha de resíduos de embalagens de plástico e cartão. No entanto, todas as empresas produzem resíduos diferenciados, originados pelo funcionamento normal do dia-a-dia. Na Ribatubos temos um ecoponto doméstico, mas depois faltam os ecopontos na zona para podermos dar seguimento à diferenciação. Sei que existe um ecocentro na zona industrial mas estamos a falar de resíduos recicláveis domésticos e não é num ecocentro que os vou entregar.
E na área de residência?
Na minha área de residência, e falando na cidade de Santarém globalmente, posso referir que as zonas verdes estão pouco cuidadas. Quando falo na cidade de Santarém falo na sua envolvente e não apenas no centro, onde ainda conseguimos verificar uma ou duas rotundas minimamente cuidadas. Depois existe uma quantidade delas quase desprezadas, entre outros locais. Para além destas questões há pessoas que não separam resíduos em casa com as mais diversas desculpas.
A economia é privilegiada em relação ao ambiente. Há alguma possibilidade de alterar esta situação?
Quando há dúvidas sobre onde investir, se nos cuidados ao meio ambiente ou em algo que possa trazer mais lucro, não se pensa duas vezes. Infelizmente os valores que se elevam nem sempre são os mais importantes.
A União Europeia quer reduzir o uso de pesticidas para metade nos próximos 10 anos e ter 25% das terras agrícolas sob produção biológica. O que acha?
Diria que seria um bom caminho tendo em conta que a produção biológica traria benefícios não só para o meio ambiente como também à nossa saúde. Não sei se o objectivo será atingido porque há uma grande percentagem contra esta medida.
Fechar a torneira enquanto lava os dentes ou se ensaboa no banho; separar o lixo para reciclagem; circular de carro a baixa velocidade para poluir menos e comprar electrodomésticos que consumam menos energia, mesmo que sejam mais caros, são alguns conselhos para ajudarmos a preservar o planeta. Destes, qual é aquele que não consegue seguir?
Confesso que de todas as questões existem duas que tenho dificuldade em cumprir: é o fechar a água enquanto me ensaboo e a circulação a baixa velocidade. No entanto, tento sempre que seja um banho rápido. Todas as outras questões procuro sempre fazer, seja na compra de electrodomésticos ou na realização de reciclagem. O facto da aquisição de electrodomésticos de classe energética elevada ser mais dispendiosa, não é uma questão que me faça preferir outro mais barato até porque o investimento acaba por ter retorno a longo prazo.