“Painéis solares, lâmpadas de baixo consumo e redução de água para regas”

Ana Maria Lima - Presidente do Conselho de Administração da Fundação CEBI – Alverca.
Quais são os principais problemas ambientais na sua área de residência e de trabalho?
Temos um que é transversal a todas as regiões que tem a ver com o tráfego automóvel, um dos maiores poluentes da atmosfera. O nível elevado de contaminação das águas afluentes ao estuário do Tejo são uma preocupação permanente. Portugal desperdiça por ano vários milhões de litros de água quando há regiões do planeta em que, pelo aquecimento global, a água é um bem escasso. Infelizmente ainda existem muitos constrangimentos. Temos de caminhar no sentido de adopção de mais políticas ligadas à sustentabilidade entendida nos seus pilares ambiental, social e económico.
Há algo em que já tenha pensado ou que já tenha implementado na sua empresa que contribua para a defesa do ambiente?
A Fundação CEBI desde longa data que se preocupa com as questões ambientais. Nomeadamente no que se refere à redução do consumo energético através da instalação de painéis solares e da utilização de lâmpadas de baixo consumo, aliados a uma política de redução do consumo de água para rega dos espaços verdes por utilização de furo artesiano, entre outras.
E iniciativas envolvendo a comunidade escolar?
No Colégio José Álvaro Vidal tem sido dada uma especial atenção na formação dos alunos para os graves problemas que afectam o planeta. Desde 2009 que o Colégio integra o programa Eco-escolas, tendo direito a desfraldar a bandeira verde, que muito nos orgulha. Para o presente ano lectivo foram programadas uma série de iniciativas, destacando-se o projecto “Hortas Bio nas Eco-Escolas”, onde se constitui um modelo de sustentabilidade e de envolvimento da comunidade escolar e envolvente.
Em que pensa normalmente quando se fala de verde?
Ambiente, claro. É um tema que me preocupa. Participei em várias edições do Greenfest, no Centro de Congressos do Estoril, sob o tema da importância da sustentabilidade e preservação do ambiente, tendo a primeira ocorrido em 2007.
De um modo geral, a economia é privilegiada em relação ao ambiente. Há alguma possibilidade de alterar esta situação?
2015 ficará na História como o ano da definição da Agenda 2030 e dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fixados na cimeira da ONU, em Nova Iorque. Trata-se da nova agenda de acção até 2030. Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Os estudos estão feitos, os objectivos estão definidos. Há que agir.
Os países da União Europeia querem reduzir o uso de pesticidas para metade nos próximos 10 anos e ter 25% das terras agrícolas sob produção biológica. O que diria aos decisores políticos se lhe perguntassem a sua opinião?
Se não o fizerem correremos sérios riscos em termos ambientais e consequentemente, na preservação das espécies que habitam o planeta.