O MIRANTE | 25-11-2021 20:32

Director-Geral de O MIRANTE valorizou o mérito dos dirigentes associativos na entrega dos prémios Personalidade do Ano

Joaquim Emídio desafiou os dirigentes políticos a apostarem mais nas associações e menos no investimento em festas e romarias. As colectividades são lugares de formação dos jovens imprescindíveis em todas as comunidades.

O director-Geral de O MIRANTE chamou a atenção na entrega dos prémios Personalidade do Ano para a necessidade de os políticos olharem para as associações, salientando que “ainda há jovens e adultos que ignoram o clube ou a associação, e fazem da rua ou do bar, o seu lugar de convivência e de crescimento intelectual”. Joaquim Emídio disse na entrega dos prémios, no Convento de S. Francisco em Santarém, que este “é um dos maiores problemas da nossa vida colectiva que nos últimos tempos se agravou; e não foi por causa da pandemia; a crise do associativismo vem de longa data e tem a ver com a crise da política e das pessoas que fazem a política, que são políticos em vez de estarem políticos, e que não são tão valorosas como se exige”.

Para o director-geral de O MIRANTE “só quem não percebe o valor do trabalho das associações, e dos seus dirigentes, deixa esmolar apoios, solidariedades, dinheiro para comprar telhas, e para pagar a pedreiros ou a pintores”. E considerou que a iniciativa das Personalidades do Ano “obriga-nos a reparar no vosso trabalho como cidadãos, tanto ou mais do que como jornalistas, embora a ideia seja juntar o útil ao agradável”, acrescentando que “só quem não percebe o valor do trabalho das associações, e dos seus dirigentes, deixa esmolar apoios, solidariedades, dinheiro para comprar telhas, e para pagar a pedreiros ou a pintores”.

Joaquim Emídio salientou que há que reconhecer que a sociedade retrocedeu muito nos últimos anos, “e o poder político, que tem sempre as costas largas, como sabemos, não está isento de culpas ao esquecer que, feitas as obras dos esgotos domésticos, da água canalizada, das ruas alcatroadas, tem que saber melhor onde gastar o dinheiro que é de todos nós”.

Joaquim Emídio questionou sobre quem é que se interroga quanto aos gastos das autarquias em festas que custam anualmente centenas de milhares de euros, quando não é milhões, para terem actividades que enchem praças mas não deixam memória. “Vale a pena fazer contas ao que era o investimento desses dinheiros na promoção de actividades desportivas e na formação cultural e desportiva dos nossos jovens”, realçou, acrescentando: “Quantas autarquias é que têm ao serviço das associações técnicos de desporto, agentes culturais ligados à música, à escrita, aos jogos de tabuleiro, etc, etc?”.

Dizendo que a sociedade mudou e que as colectividades vão encerrando por falta de dirigentes e muitas vezes por falta de sócios, Joaquim Emídio realçou que “em muitos casos estamos a formar os homens de amanhã sem fazerem a tropa da vida”. “Por isso é que é muito importante haver colectividades e associações abertas, ainda que muitas vezes seja uma forma de fugir de casa dos pais, ou da área vigiada de quem vive connosco, porque a vida não é vivida só de horários, de regras, de estudo e trabalho”, reforçou.

Entendendo que a escola não chega para formar cidadãos, o director-geral de O MIRANTE considera que “as associações deviam multiplicar-se e não desaparecem como é o caso em quase todas os concelhos”. “A escola é só o início da formação de um bom cidadão; depois da escola há muito mais que a família. A prova é o Facebook e o Instagram e o Tik Tok e o Yoporn e o Youtube. Estamos tramados se não contrariarmos aquilo que as novas tecnologias estão a fazer aos nossos jovens e às nossas elites”.

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