Carlos Empis (25/04/1949 – 20/08/2021)

Um homem destemido com um grande coração

Carlos Empis foi bandarilheiro, cavaleiro praticante, cabo dos Forcados Amadores de Santarém, apoderado de vários toureiros como João Moura ou João Salgueiro, e até exerceu funções de director de corrida em praças de touros como a de Santarém, Campo Pequeno, Nazaré e Moita. Nas últimas duas décadas da sua vida passou a dedicar mais tempo à agricultura, que era uma das suas paixões. Natural de Porto de Muge, vivia em Santarém e tinha raízes na Chamusca e em Valada (Cartaxo). O seu avô foi um dos principais impulsionadores da construção da praça de toiros da Chamusca. Dizia que ao enfrentar os toiros aprendeu a ser determinado e que os toiros o ensinaram a ter coração.

Carlos Oliveira ‘Chona’ (17/08/1948 – 21/05/2021)

O semeador de teatros e de cultura

Carlos Oliveira, mais conhecido por ‘Chona’, era conhecido como o “semeador de teatros”, tantos foram os grupos que ajudou a criar e dinamizar na região ao longo de décadas. Foi a alma do Teatrinho de Santarém e esteve na génese do FITIJ – Festival Internacional de Teatro e Artes para a Infância e Juventude (FITIJ) de Santarém. Da sua biografia consta a colaboração na organização do I Festival Internacional de Teatro de Lisboa, no Teatro D. Maria II, e a realização do programa “Palmo e Meio” na RDP — Rádio Ribatejo, e das peças “Puzzle”, primeiro espectáculo que encenou no Teatrinho de Santarém, que foi incluída na programação da Telescola.

Eduardo João Martinho (16/11/1936 – 18/06/2021)

Dedicação plena à ciência e à defesa da energia nuclear

Eduardo João Martinho foi investigador nuclear no Laboratório de Sacavém durante mais de quatro décadas. Morreu na madrugada de 18 de Junho com 84 anos. Foi colunista de O MIRANTE nos primeiros anos da fundação do jornal e publicou dois livros com a chancela de O MIRANTE. Licenciado em Ciências Físico-Químicas, participou na calibração inicial do Reactor Português de Investigação (RPI) e tirou o curso de “Génie Atomique” (INSTN/Saclay, Julho.1963), em Paris, onde foi “collaborateur temporaire étranger” integrado na equipa do reactor Minerve.

Francisco Vale Antunes (10/04/1949 – 17/08/2021)

Afável, discreto e com um longo percurso autárquico

Natural da Carvalha, freguesia de S. Tiago dos Velhos, Francisco do Vale Antunes era Técnico Oficial de Contas. Iniciou o seu percurso autárquico na década de 80, nas assembleias de freguesia de Alverca do Ribatejo e do Sobralinho. Foi vereador a tempo inteiro na Câmara de Vila Franca de Xira entre 2001 e 2013 desempenhando também o cargo de presidente dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento daquele município, de 2005 a 2013. Antes trabalhou nas empresas Macol e Cargill. Foi um dos fundadores do Clube Recreativo do Torrão (Sobralinho) e integrou os órgãos directivos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arruda dos Vinhos.

Joaquim Ramos (22/11/1950 – 05/03/ 2021)

Um percurso na área ambiental quando o ambiente não era moda

Licenciado em economia foi professor universitário. Foi também vereador e quadro superior da Câmara Municipal de Lisboa em diversos sectores ligados ao Ambiente. Na sua terra, Azambuja, exerceu o cargo de presidente da assembleia municipal durante dois mandatos, entre 1993 e 2001, tendo sido, posteriormente eleito como presidente da câmara municipal em 2001 e reeleito nas eleições autárquicas de 2005 e de 2009. Não concluiu o último mandato por questões de saúde. Era um cidadão interventivo, sem receio de polémicas, nem de dizer com frontalidade o que pensava.

Joaquim Lopes Santana (27/09/1934 – 01/03/2021

Um autodidacta que se fez mestre na área da etnografia e do folclore

Joaquim Lopes Santana era um grande homem de cultura e do povo. Foi dirigente e fundador do Rancho Folclórico Os Camponeses de Riachos, ao qual dedicou quase 56 anos da sua vida. Começou a trabalhar no campo, muito cedo e, tal como o pai, cingeleiro e boieiro. Funcionário da Câmara Municipal de Torres Novas, nos Serviços de Água e Saneamento, teve também ligações à Festa da Bênção do Gado e possui várias obras publicadas, sempre com referências a Riachos e às suas gentes.

Liszt de Melo (05/01/1933 – 10/06/2021)

Uma forte ligação ao movimento associativo

Oriundo de uma família humilde de Arouca, Liszt de Melo começou a trabalhar aos 12 anos de idade. Após os estudos foi solicitador de Santarém e administrador de insolvências. A par da profissão manteve sempre forte ligação ao movimento associativo. Foi presidente do clube “Os Leões” de Santarém e sócio fundador da União Desportiva de Santarém e do Núcleo Sportinguista de Santarém. Amante de automóveis chegou a ter sete carros daquela marca. Foi campeão nacional de ralis na classe de iniciados na década de 1960.

José Fidalgo Gonçalves (04/08/1954 – 25/06/2021)

Uma permanente postura de sinceridade, frontalidade e simpatia

Ao longo da vida trabalhou em áreas como a metalomecânica ou gestão e chegou a ser despachante de tráfego aéreo. Desde os 14 anos esteve ligado ao movimento associativo. Foi presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira de 2000 a 2011, durante três mandatos, sempre com uma postura de sinceridade, frontalidade e amizade e após o percurso autárquico dedicou-se ao estudo e ao ensino. Publicou livros de investigação académica com a chancela de O MIRANTE e era cronista habitual do jornal escrevendo normalmente sobre governança local e cidadania.

Fernando de Jesus (31/12/1936 – 01/03/2021)

A sua maior felicidade era ver os outros felizes

Fernando de Jesus foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tomar durante mais de 20 anos e durante esse período concretizou obras importantes como a Unidade de Cuidados Continuados e o centro para crianças em risco. Na vida empresarial esteve ligado ao sector automóvel e foi um dos fundadores da associação empresarial Nersant. Foi vereador da Câmara Municipal de Tomar e primeiro secretário da assembleia municipal. Foi distinguido, em 2014, com o prémio Personalidade do Ano – Vida, atribuído por O MIRANTE.