O MIRANTE | 17-11-2022 17:00

“A nossa excessiva centralidade não permite atribuir verbas para investimentos fora dos fundos comunitários”

“A nossa excessiva centralidade não permite atribuir verbas para investimentos fora dos fundos comunitários”
ESPECIAL 35 ANOS DE O MIRANTE
Pedro Miguel César Ribeiro Presidente da Câmara Municipal de Almeirim

Cinquenta anos de indecisão e de indiferença já custaram muito caro a Portugal. O aeroporto e o TGV são projectos de mobilidade fundamentais para todos nós. Não são um custo, são um investimento.

Qual foi a altura em que se sentiu mais optimista, quer a nível profissional, quer pessoal?

Quem me conhece sabe que o optimismo não é o meu ponto forte em quase nada.

Quando se refere à nossa região, a que se refere em concreto?

Refiro-me a uma região que é, maioritariamente da província, mas que está próxima de Lisboa, ou seja uma região que tem o bom da qualidade de vida às portas da capital do país.

Que alterações defende para dar mais consistência à nossa região e que entraves existem para as concretizar?

Sou, desde sempre, um defensor das Regiões e da Regionalização. Esta é a única forma de no futuro mudarmos e garantirmos que esta região tem futuro. No entanto estamos à espera que a proposta do Governo de criação de uma nova NUTII seja aprovada por Bruxelas. Este passo ajudará no futuro a reforçar a identidade.

Como imagina o futuro da região?

Imagino uma região com mais qualidade de vida e com mais oportunidades, com mais emprego qualificado e melhor remunerado.

Como encara a notícia do interesse de um grupo de investidores privados em fazer um aeroporto em Santarém?

Encaro bem. É importante que a questão do aeroporto se resolva finalmente. A região e o pPaís precisam de uma solução. Cinquenta anos de indecisão e de indiferença já custaram muito caro a Portugal. O aeroporto e o TGV são projectos de mobilidade fundamentais para todos nós. Não são um custo, são um investimento. Se dúvidas houvesse basta ver os resultados da ANA e o facto de haver privados interessados em fazer um aeroporto que será pago com as taxas aeroportuárias.

Quais considera terem sido os maiores sucessos da região nos últimos trinta e cinco anos?

A melhoria das infra-estruturas, da mobilidade, da oferta na área da educação, desporto e cultura. Numa palavra: a nossa qualidade de vida colectiva.

E os maiores fracassos?

O crescimento e a falta de influência política em Lisboa. Houve tempos que com Jorge Lacão e Miguel Relvas essa influência existiu, mas foi “sol de pouca dura” como se diz.

Portugal é o país da União Europeia mais dependente dos fundos europeus. Será que já não conseguimos fazer nada sem os fundos comunitários?

Enquanto a política global do país for esta, não. Portugal tem nas autarquias aqueles que mais investem e os que menos recebem do Orçamento de Estado. A nossa excessiva centralidade não permite atribuir as verbas necessárias para investimentos fora dos Fundos Comunitários. Por isso digo e repito: sem regiões nada disto muda.

Uma significativa parte da população recebe informação seleccionada por algoritmos e difundida automaticamente pelas redes sociais. Como selecciona a informação que lhe pode ser útil?

Eu uso o que o algoritmo me mostra, mas ao mesmo tempo procuro a minha informação. Muitas vezes sigo pessoas e grupos que são a antítese do meu pensamento porque quero perceber o que dizem e os seus argumentos, sendo que as notícias regionais e locais têm para mim uma enorme importância.

Considera que a informação mais relevante relativa ao seu trabalho e à sua organização está a chegar aos destinatários?

Penso que sim, mas sem certezas, aliás, nestas matérias de comunicação poucas são as certezas. A melhor forma, às vezes, é a antiga, do “boca a boca” ou “porta a porta”. Apesar de toda a tecnologia, ainda acho que em certos conteúdos é a mais eficaz.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1715
    07-05-2025
    Capa Vale Tejo