“Os projectos devem ser viáveis independentemente da existência de fundos comunitários”

Este ano fica marcado pelo término das obras de expansão do novo edifício e pelo arranque das obras no edifício existente. E a Medicina Dentária CUF irá ter um novo espaço no centro da cidade.
Quando se refere à nossa região, a que se refere em concreto?
Refiro-me sobretudo às pessoas e à forma acolhedora como sabem receber. É uma região com uma população extremamente generosa e amável que nos faz sentir em casa a cada momento. É uma região de tradições vincadas, com uma forte programação cultural e acentuada aposta no ensino. Neste contexto é uma região com um grande potencial de desenvolvimento socio-económico.
Que alterações defende para dar mais consistência à região e que entraves existem para as concretizar?
Não considero que existam entraves mas sim desafios naturais de desenvolvimento. É assim em todos os sectores de actividade e, por vezes, são esses constrangimentos que nos motivam a encontrar soluções criativas. A relativa proximidade a um grande centro urbano permite uma vivência com elevada qualidade sem os factores negativos deste mesmo centro. A atractividade para recursos humanos com possibilidade de mobilidade e trabalho remoto é acentuada. Quanto à consistência, adquire-se, também mas não só, através do compromisso entre parceiros com um objectivo comum. Quanto mais consistente formos, melhores serão as condições para o desenvolvimento da região.
Qual foi a altura em que se sentiu mais optimista, quer a nível profissional, quer pessoal?
O Hospital CUF Santarém celebrou, no passado mês de Outubro, o seu sétimo ano de actividade. Tem registado um percurso de constante crescimento e sucesso, marcado pelo profissionalismo, compromisso e empenho de uma equipa de quase 600 colaboradores determinada em melhorar continuamente a oferta de cuidados de saúde no Ribatejo. Este é um projecto do presente e do futuro que me transmite optimismo, tanto a nível profissional como pessoal.
Como imagina o futuro do Hospital CUF Santarém?
Ao longo destes sete anos, o Hospital CUF Santarém recebeu mais de 137 mil clientes, realizou cerca de 640 mil consultas e 89 mil episódios de urgência, para além de mais de 1,7 milhões de exames e tratamentos e 22 mil cirurgias. Este sétimo ano de existência fica ainda marcado pelo término das obras de expansão do novo edifício e pelo arranque das obras de melhoria no edifício já existente. Ambas as intervenções irão permitir ao Hospital CUF Santarém iniciar um novo ciclo no qual irá reforçar a sua oferta e manter a aposta no desenvolvimento de um projecto clínico de excelência. Igualmente a Medicina Dentária CUF irá ter um novo espaço no centro da cidade. Saber que a CUF está onde as pessoas precisam é acreditar num futuro melhor para todos.
Tem tido dificuldade a nível de recursos humanos?
Profissionais de excelência são sempre desafiantes de encontrar e contratar. Sendo a CUF uma organização com uma dimensão significativa, temos tido uma capacidade de atracção e retenção significativa, fruto dos valores da organização, dos projectos que protagonizamos e da nossa real preocupação com o desenvolvimento dos nossos colaboradores.
Como encara a notícia do interesse de um grupo de investidores privados em fazer um aeroporto em Santarém?
É um projecto que pode vir a gerar milhares de postos e trazer mais-valias para a região, contudo é fundamental que as entidades competentes possam desenvolver a devida avaliação para que fique assegurado que a identidade da região - o seu elemento mais diferenciador - seja mantida.
Portugal é o país da União Europeia mais dependente dos fundos europeus. Será que já não conseguimos fazer nada sem os fundos comunitários?
Julgo que os fundos comunitários são e têm sido fundamentais para o desenvolvimento, contudo não devemos depender única e exclusivamente deles para prosperar. Os projectos devem ser viáveis, independentemente da existência de fundos comunitários. A iniciativa privada tem um papel importantíssimo na criação de valor para a sociedade e a CUF orgulha-se de ser parceira activa para o desenvolvimento social e económico do país.
Uma significativa parte da população recebe informação seleccionada por algoritmos e difundida automaticamente pelas redes sociais. É o seu caso?
Procuro sempre informar-me com recurso a fontes fidedignas e que me garantam informação orientada por critérios de rigor e transparência.
Que avaliação faz dos líderes políticos locais?
Os autarcas locais têm a difícil tarefa de conduzir os destinos da população por forma a assegurar melhores condições de vida e atrair investimento e desenvolvimento para os seus concelhos. Quem defende de forma acérrima - com dedicação, coragem e integridade - os interesses das populações tem sempre a minha admiração.