“Olhar para o passado deve servir para não se cometerem os mesmos erros”

Trabalhamos para que os alunos tenham um pensamento crítico e criativo. E para que se empenhem na defesa da sustentabilidade do planeta.
Ser professora, há cerca de 30 anos, era ver o futuro carregado de esperança e prosperidade. O início da minha carreira foi uma das alturas da vida em que me senti mais optimista. Ao longo do meu percurso profissional sinto-me optimista cada vez que idealizo e implemento um projecto ou algo de positivo para o agrupamento e isso contribui para melhorar as aprendizagens dos alunos e para o sucesso e bem-estar de toda a comunidade educativa.
Quando penso no futuro imagino o Agrupamento de Escolas de José Relvas como uma escola pública de referência. Com qualidade no ensino, um plano de inovação com sucesso, uma oferta formativa diversificada e com todos os estabelecimentos de ensino em condições apropriadas para ensinar e aprender, onde os alunos e o pessoal docente e não docente se sintam motivados, felizes e realizados. É para isso que trabalho todos os dias.
Para além dos bons resultados escolares, pretendo que os nossos alunos sejam boas pessoas e bons cidadãos do mundo. Que sejam capazes de enfrentar as adversidades, tanto no presente como no futuro e que tenham um pensamento crítico e criativo. Que sejam participativos, autónomos, com espírito de liderança e empenhados na defesa da paz no mundo e da sustentabilidade do planeta.
A falta de professores está a tornar-se um problema muito grave e cada vez mais difícil de resolver. No agrupamento iniciámos o ano lectivo com todos os docentes colocados, mas já tivemos de solicitar a substituição de cinco docentes, porque dois denunciaram o contrato e por estarem três de atestado médico. Um destes horários já foi à reserva de recrutamento (concurso nacional) e contratação de escola e não teve um único candidato. Os alunos não têm professor há algumas semanas.
O que mais desejo é que a Educação em Portugal consiga vencer os actuais constrangimentos. Para isso é necessário tornar a profissão atractiva. Hoje, os professores têm todas as condições para estarem desmotivados e, ainda assim, muitos conseguem mover montanhas, com o grandioso trabalho e funções que desempenham.
Estamos numa região cheia de potencialidades, que poderia ser melhor aproveitada. Devia rentabilizar-se mais a sua posição geoestratégica, nomeadamente a proximidade à Área Metropolitana de Lisboa e o facto de estar localizada junto aos principais eixos de comunicação que ligam o norte ao sul do país. E devia apostar-se mais na modernização da agricultura, nos sectores do turismo, da indústria, do comércio e na valorização do património histórico.
Somos o resultado das experiências vividas no passado e no presente, mas não podemos ficar agarrados ao passado. Olhar para o passado deve servir, sobretudo, para não se cometerem os mesmos erros. Se o melhoramento das vias de comunicação foi um dos maiores sucessos, os maiores fracassos são a perda de população, nomeadamente de jovens, resultante da incapacidade para gerar atractividade, nomeadamente através de grandes investimentos.
A construção do aeroporto em Santarém seria um factor de crescimento e desenvolvimento económico. Traria aumento da oferta de emprego, desenvolvimento do comércio e dos serviços, construção de novas vias de comunicação e incremento do turismo. Caso venha a verificar-se será uma oportunidade única para a região.
Nas redes sociais tento ler apenas o que acho que é credível e seleccionar apenas o que é do meu interesse. Sempre que se trata de assuntos de ordem profissional confirmo a informação, através da legislação ou de outras fontes. Não faço parte do grupo de pessoas que só recebe informação através das redes sociais.