“Somos a grande porta norte de Lisboa com oportunidades únicas para um desenvolvimento consistente”

Ainda hoje paira a dúvida se em vez do Centro Hospitalar do Médio Tejo, com os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas, não teria sido melhor fazer um grande hospital, estrategicamente bem localizado na região.
Quando se refere à nossa região, a que se refere em concreto?
A uma região no centro do país, de acessibilidade fácil e muito rica pela sua diversidade paisagística e cultural. Desafiante para se viver e desenvolver negócios.
Que alterações defende para dar mais consistência à região e que entraves existem para as concretizar?
Maior entrosamento comprometedor entre o Governo, as nossas comunidades intermunicipais e os agentes económicos. Reconhecerem-nos, com provas dadas, que somos a grande porta norte de Lisboa. Uma porta de oportunidades únicas para o desenvolvimento consistente de uma “fatia” de enorme importância para o desenvolvimento socio-económico do país. Também uma aposta no crescimento demográfico tão necessário.
Como imagina o futuro da região?
Acredito que a região se revelará, em crescendo, como uma das principais ao nível nacional em termos de desenvolvimento socio-económico. Temos imensas potencialidades, projectos em carteira e políticos dedicados e solidários na defesa da região.
Como encara a notícia do interesse de um grupo de investidores privados em fazer um aeroporto em Santarém?
Uma vez mais ficou provado com este estudo, com esta aposta de privados, que é indiscutível a nossa centralidade nacional e com inegáveis potencialidades ao nível rodoviário e ferroviário, cruciais para responder às necessidades do novo aeroporto. Um assunto muito sério para o país e uma potencial garantia para o desenvolvimento económico da nossa região.
Quando se perspectiva o futuro costuma olhar-se para o passado. Neste caso do aeroporto vale a pena fazer esse exercício ou é melhor ignorar o que se passou?
Estamos a discutir no presente um projecto de vital importância para o país e que urge resolver. A população portuguesa nunca esteve tão atenta a este assunto e quero acreditar que o Governo definirá a localização definitiva ao longo do próximo ano. O passado já passou…
Quais considera terem sido os maiores sucessos da região nos últimos 35 anos?
A criação das comunidades intermunicipais. Foi através delas que se iniciou um percurso comum a bem do desenvolvimento regional, tirando-se partido das candidaturas aos fundos comunitários, onde houve impacto em toda a região. Nos campos cultural, educacional, da saúde e das zonas industriais, potenciadoras do desenvolvimento económico.
E os maiores fracassos?
Nem sempre as melhores apostas em termos de investimentos. Foi o caso dos três hospitais (Abrantes, Tomar e Torres Novas) que deram origem ao CHMT- Centro Hospitalar do Médio Tejo, pela dificuldade de gestão. Ainda hoje paira a dúvida se não teria sido melhor uma aposta num grande hospital, estrategicamente bem localizado na região. Com todo o esforço, aplaudível, das várias direcções e da solidariedade entre municípios, continuam a haver problemas de afastamento entre as três unidades.
Portugal é o país da União Europeia mais dependente dos fundos europeus. Já não conseguimos fazer nada sem eles?
Trata-se de uma apreciação que poderá ter dois pontos de vista.
Estamos enquadrados na União Europeia que, em conjunto, põe verbas disponíveis em linhas estratégicas comuns. Seria inteligente desperdiçá--las?
O que não é enquadrável em candidaturas continua a representar muitos e muitos milhões de euros. Seria exaustivo relacionar mas que têm grande impacto a nível nacional. Em suma são resultados, bons ou maus, fruto duma aposta de integração na União Europeia, onde, no meu entender, estamos muito bem e que perdure.
Qual foi a altura se sentiu mais optimista, quer a nível profissional, quer pessoal?
Faz parte de mim preservar e desenvolver o optimismo, mesmo em situações mais complicadas. Entrar numa de pessimismo só protela e atropela a solução para os problemas que nos surgem.
Uma significativa parte da população recebe informação seleccionada por algoritmos e difundida automaticamente pelas redes sociais. É o seu caso?
Não serei o melhor exemplo de “explorador” nesse campo. Recorro, por norma, a meia dúzia de sítios para me manter actualizado e participo por inerência em três ou quatro grupos cuja partilha de informação é importante ao dia.
Considera que a informação mais relevante relativa ao seu trabalho e à sua organização está a chegar aos destinatários? Como faz para que isso aconteça e o que poderia ser feito para melhorar?
Penso que no essencial, sim. As fontes de informação são imensas e nem sempre sabemos quais as mais consultadas. Por isso, para lá da “página oficial”, procuro diversificar por outras fontes ou meios de comunicação. Os velhos tempos do “altifalante” ou do “megafone” já fizeram a sua história! .