O MIRANTE | 17-11-2023 14:00

Andamos a ver se temos projectos para gastar o dinheiro do PRR e não para investir

Andamos a ver se temos projectos para gastar o dinheiro do PRR e não para investir
36 ANOS DE O MIRANTE
Rogério Dias, 52 anos, CEO da VCS – Verspieren Correctores de Seguros

Estou contra o aproveitamento da Inteligência Artificial no ensino, onde temos estudantes a transcrever integralmente as informações retiradas do ChatGPT para os seus trabalhos escolares/universitários.

Para salvaguardarem o rigor da informação os jornais devem cumprir a lei da imprensa. A liberdade de imprensa deve estar sempre assegurada nos termos da constituição portuguesa e da lei em geral. Dentro da lei os jornais devem ter a liberdade de informar e ser informados, sem impedimentos, nem discriminações, garantindo a liberdade e igualdade de toda a imprensa, sem limites de qualquer tipo ou forma de censura.

As redes sociais informam ou desinformam a população em geral, onde também me incluo. Recebemos muita informação por essa via. As redes sociais são um meio de transmissão de informação sem filtro, que, além de rápido, encontra com facilidade os alvos a alcançar nos diferentes sectores de actividade.

Concordo com o acesso livre e democratizado à informação mas não sei como será possível. Uma boa comunicação não pode ser totalmente gratuita, porque tem custos muito elevados, que têm de ser pagos ou pelo leitor ou por uma entidade pública ou privada que a financie.

Preocupa-me que os jornais locais desapareçam porque são o veículo da informação regional e local. A imprensa nacional não alcança a notícia local com a mesma capacidade, rigor e capilaridade de um jornal regional.

Para quem queira imaginar como seria a nossa vida num país não democrático sugiro uma viagem a Cuba. Nesse país onde os locais pedem nas praias o shampoo aos turistas e o motorista e o fotógrafo do autocarro são funcionários públicos.

Para mim o 25 de Abril foi a libertação. A chegada da liberdade a um país com uma ditadura sem liberdade de imprensa que não permitia a existência de pessoas com ideologias e até religião diferente do pensamento do Estado.

Concordo com a utilização da Inteligência Artificial em algumas áreas mas não em todas. Estou contra o aproveitamento desta tecnologia na área do ensino, onde temos estudantes a transcrever integralmente as informações retiradas do ChatGPT para os seus trabalhos escolares/universitários e também na realização dos testes/exames, o que, na minha opinião, não é benéfico para os jovens porque não “absorvem” conhecimento e correm o risco de não saber distinguir a verdade da mentira e, consequentemente não terão uma opinião construtiva.

Há um grande espaço para a evolução da inteligência artificial. Pelo menos até se alcançar o princípio da singularidade, onde Homem e Máquina se irão confrontar ao mesmo nível das competências emocionais. Até lá, a inteligência artificial será um grande vector de melhoria da produtividade das empresas e de auxílio ao comum cidadão que ignora os benefícios da máquina no facilitismo de algumas tarefas do dia-a-dia.

O tema das alterações climáticas está a tornar-se um assunto de reflexão em todo o mundo. Temos assistido a alguns episódios danosos com grandes prejuízos ambientais, económicos, sociais, entre outros, sendo urgente adoptarmos novos comportamentos para minimizarmos os futuros cenários que de acordo com alguns especialistas vão ocorrer.

Não vou avançar com um “discurso de Miss Universo” mas entendo que vale a pena alterar alguns comportamentos em coisas simples. Tem pouco impacto em comparação com a terrível pegada de carbono de alguns países e de grandes empresas poluidoras mas vale a pena. Independentemente de continuar a amar carros de motor V8 ou V12 aderi a viaturas eléctricas para a empresa e para a minha família. Na verdade, não sei se foi pelas questões climáticas ou se por benefício fiscal, mas o que é certo é que no final do dia reduzi parte da minha pegada de carbono e não andamos preocupados com o aumentos dos combustíveis.

Estudei a Constituição nos tempos da Faculdade. Fui obrigado a ir ao Google para refrescar a memória. Obviamente que um dos nossos deveres enquanto cidadãos é o de cumprir as leis e respeitar os direitos do próximo. Outro é o de promover o meu sustento e da minha família com o meu trabalho educando e protegendo os meus semelhantes, e proteger a natureza alinhadamente com a questão anterior.

O último artigo que gostei de ler em O MIRANTE foi: “Emoção e dureza em mais uma edição da emblemática Baja Portalegre 500”. Também valorizo muito a revista das 500 Maiores Empresas da Região de Santarém que gostava que fossem todas clientes da VCS – Verspieren Correctores de Seguros. E deixo uma sugestão. A publicação regular dos KPIs (Indicadores Chave de Desempenho) da região de Santarém para haver metas a alcançar e percebermos a sua evolução ao longo das várias edições.

Numa classificação de 1 a 10 da classe política comecei por dar um 6, mas entretanto demitiu-se o primeiro-ministro e baixei para 4. Independentemente das tendências ideológicas este país tem sido governado por muita mediocridade e pouco empreendedorismo e transformação estrutural de médio prazo. É tudo gerido no curto prazo e para os partidos sem se criar valor para o país e para os portugueses. Sobre isto haveria muito para escrever. Por outro lado, se fosse lançado o desafio à nossa Assembleia da República para dobrarmos o nosso PIB (que é miserável) nos próximos cinco anos qual seria o plano? Enfim, andamos a ver se temos projectos para “gastar”, não para investir, o dinheiro do PRR. Eu, como gestor, não quero ir para a política, nem os meus pares estão para isso, porque recebe-se muito mal. E não acredito nos candidatos às próximas eleições.

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