As máquinas nunca serão como os humanos mas vão complementar ou até substituir algumas profissões
Nasci depois do 25 de Abril e vejo que a melhor forma de celebrar a democracia é fazê-la evoluir da melhor forma. Não podemos ficar eternamente agarrados a factos históricos apenas numa perspectiva de celebração e evocação política.
A liberdade não pode ser condicionada ou limitada pelas normas regulatórias. É muito importante que haja fiscalização do cumprimento das obrigações legais, éticas e deontológicas. Se qualquer pessoa pudesse, de repente, abrir um órgão de comunicação sem quaisquer regras ou procedimentos, quer-me parecer que seria muito mau. O MIRANTE é um jornal muito forte e consolidado porque tem rostos, sede, directores, jornalistas. Em suma, porque cumpre com as suas obrigações legais e éticas.
As redes sociais tiveram um desenvolvimento brutal nos últimos anos, a que ninguém pode ficar indiferente. A divulgação de informação pelas redes sociais é também uma forma de garantir o acesso dos jovens às notícias e à actualidade. Consumo muita informação nas redes sociais, esse é até o principal motivo pelo qual tenho contas activas. E não existam dúvidas que o futuro é digital e que a Inteligência Artificial também terá impacto nisso.
Em breve as pessoas vão conseguir individualizar os temas pelos quais têm interesse e “consumir” informação de forma muito simples, via digital. E vão fazê-lo sobretudo em áudio, evitando, até, que tenham de ler as notícias e artigos sobre os quais têm interesse. Isso trará inconvenientes, pois a leitura é essencial, mas pode levar a que as pessoas possam estar mais informadas. E a realidade virtual poderá trazer à informação uma nova perspetiva, permitindo uma visualização imersiva dos temas da actualidade.
A informação é um serviço público, mas o Estado tem-se demitido de promover este direito e dever essenciais. Só poderemos ter uma democracia efectiva, participada e esclarecida se as pessoas estiverem informadas e se essa informação for credível. Se o Estado pagasse este serviço público, de forma decente e consistente, haveria maior acesso pois a gratuitidade promove a procura. Até lá, teremos de pagar pelo serviço, seja comprando o jornal, em papel ou online, seja subscrevendo plataformas.
Preocupa-me o desaparecimento de jornais porque a diversidade da informação é essencial. A cobertura noticiosa local e regional também. A opinião, a liberdade de expressão e a informação são essenciais num Estado de Direito Democrático. É certo que a concorrência quer-se a funcionar e quando os negócios não são rentáveis não sobrevivem e os jornais têm por base empresas que têm de ser bem geridas para se manterem.
Não consigo, nem quero imaginar como seria a minha vida numa ditadura. Nasci depois do 25 de Abril e vejo que a melhor forma de celebrar a democracia é fazê-la evoluir da melhor forma. Não podemos ficar eternamente agarrados a factos históricos que, apesar de terem sido de extrema importância, são vistos por alguns mais numa forma de celebração e de evocação política do que propriamente de execução, de melhoria e de evolução.
Condeno, de forma veemente, os Estados que ainda assentam em sistemas políticos não democráticos. A democracia tem de ser um valor, um princípio e um direito inabaláveis para qualquer cidadão no mundo. Manobrar os povos como se fossem marionetas é condenável a todos os níveis. E veja-se que nesses países a informação também é controlada. Não será por mero tique mas para manter os cidadãos desinformados, cientes que a realidade que têm é muito boa e não existe melhor. É a promoção da falta de opinião.
Estamos a viver um momento de crise acentuada da classe política na Assembleia da República, com honrosas excepções. Não só pelo estado caótico em que o país se encontra, da saúde à educação, da justiça à habitação, da enorme carga fiscal à falta de apoio à economia, mas também pela falta de respeito institucional demonstrada por alguns partidos.
A nossa vida pessoal e profissional tornou-se mais cómoda e eficiente com o desenvolvimento da tecnologia. Conseguimos gerir melhor o tempo, torná-lo mais eficiente e produzir mais. As máquinas nunca serão humanos, não têm afectos, sensações, mas vão complementar ou até substituir algumas profissões. Pensar o contrário e enfiar a cabeça na areia não vai resolver nada. Temos de nos readaptar aos novos desafios e procurar no desenvolvimento da inteligência artificial novas oportunidades, nomeadamente de emprego.
As alterações climáticas são um problema muito grave devidamente comprovado e temos de alterar muitos comportamentos. Eu alterei diversos comportamentos em busca da sustentabilidade, desde conduzir um veículo eléctrico, produzir energia para auto-consumo, instalar em casa equipamentos simples de eficiência hídrica e eléctrica, ensinar as minhas filhas a poupar água e energia e evitar qualquer desperdício, nomeadamente o alimentar, procurar consumir produtos de fornecedores com certificação ambiental e locais, pois a eliminação de cadeias de transporte nos produtos tem forte impacto ambiental.
Os últimos textos que li em O MIRANTE foram os do suplemento das Melhores Empresas da Região. Um excelente trabalho jornalístico que dá ênfase ao que de bom se faz no sector económico da região de Santarém.