É essencial haver informação feita por profissionais de jornalismo devidamente identificados
A OMS define “saúde” como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Tal, implica a existência de qualidade de vida, liberdade e outras características das democracias.
Os jornais, ao contrário das redes sociais, têm que estar registados e os seus responsáveis identificados. E têm, tal como os jornalistas, que cumprir legislação, nomeadamente a lei de imprensa. São exigências a mais?
O trabalho desenvolvido por profissionais de jornalismo garante um selo de credibilidade, rigor e isenção, implicando factualidade, verificação de fontes e uma clara separação entre factos e opiniões. Importa por isso, que seja clara a distinção entre uma publicação noticiosa, desenvolvida por jornalistas, de uma informação ou opinião prestada por quem não o é. Num tempo em que as “fake news” têm aumentado ainda mais importante se reveste a identificação dos responsáveis.
Há cada vez mais pessoas que optam por ser informadas através do que lhes chega pelas redes sociais. É o seu caso?
As redes sociais já marcam o presente e integrarão, certamente, e cada vez mais, o futuro. Considero-as particularmente apelativas, desde que saibamos fazer a distinção entre o que é conteúdo jornalístico e o que não é. Diariamente, informo-me através de meios de comunicação social, que me transmitem confiança e garantam rigor e isenção. Procuro artigos jornalísticos que respeitam o Código Deontológico a que obedece a prática do jornalismo.
A informação devia ser toda gratuita e de acesso livre?
O acesso à informação é essencial para exercermos de forma crítica e responsável as nossas acções sociais e cívicas. Conscientes desta necessidade, vejo os órgãos de comunicação social a apostar, cada vez mais, num serviço misto de conteúdos online gratuitos - que permitem que toda a população se mantenha informada, aliados a serviços pagos - que garantem a viabilidade financeira dos projectos jornalísticos.
Há jornais que já deixaram de se editar, nomeadamente regionais. É algo que o preocupe?
A imprensa regional - seja ela em formato impresso ou digital - é a voz e a cultura de um território. É o “local comum” onde a comunidade, os moradores, os vizinhos, os comerciantes, empresários e emigrantes, entre outros, encontram informação sobre o que está a acontecer na comunidade à qual pertencem ou com a qual têm laços. Preocupa-me que esse “local comum”possa sofrer um desfasamento se a informação veiculada nos media regionais deixar de existir.
O que foi para si o 25 de Abril de 1974?
É uma celebração que importa fazer não só a cada dia 25 de Abril, mas todos os dias. Celebrar essa data é, para mim, relembrar a importância da participação cívica na promoção de valores como a liberdade, o desenvolvimento e a democracia.
Como acha que seria a sua vida, a nível pessoal e profissional, num país não democrático?
Seria uma vida sem saúde, severamente limitada e reprimida, sem possibilidade de desenvolvermos o nosso potencial. Digo “sem saúde” porque a Organização Mundial da Saúde define “saúde” como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas como a ausência de doença. Tal, implica a existência de qualidade de vida, implica liberdade, implica segurança e tantas outras características da democracia que nos dão “saúde”.
A Inteligência Artificial está presente, cada vez mais, na nossa vida. Está confortável com isso?
Está cada vez mais presente e cada vez mais sofisticada. É verdade que o uso da inteligência artificial acarreta inúmeros benefícios, mas também pode conter riscos que temos de acautelar. Urge compreender os desafios e encontrar mecanismos que garantam o rumo certo na sua utilização.
Onde está presente a Inteligência Artificial no seu universo profissional?
Na CUF, através do Avaliador de Sintomas My CUF as pessoas podem, a partir do seu telemóvel, recorrer a uma aplicação digital, desenvolvida por médicos e suportada por evidência científica e inteligência artificial, para receber orientação para os cuidados de saúde mais adequados à sua situação. E o Hospital conta com um novo equipamento de Tomografia Computadorizada - uma TAC cardíaca que, através da utilização de inteligência artificial, reduz a quantidade de radiação utilizada aumentando a qualidade de imagem e a eficiência do trabalho das equipas de Imagiologia.
De que forma está sensibilizado para as questões climáticas?
A sustentabilidade constitui um elemento central do plano de desenvolvimento estratégico da CUF. Numa lógica de ecoeficiência procuramos contribuir para uma melhor gestão e conservação dos recursos naturais e minimizar os impactos ao nível do uso de recursos e da geração de resíduos. Reflectindo este compromisso a CUF aderiu recentemente ao United Nations Global Compact (UNGC), a iniciativa das Nações Unidas dedicada à sustentabilidade corporativa sendo o primeiro prestador de cuidados de saúde em Portugal a integrar o pacto.
O que deseja acrescentar?
Desejo a O MIRANTE sucesso na missão de informar como tem feito ao longo destes 36 anos, com rigor e de forma tão próxima com os cidadãos, empresas e instituições da região. Muitos Parabéns!