O MIRANTE | 17-11-2023 07:00

Novas gerações serão muito mais competentes do que a nossa na defesa do ambiente

Novas gerações serão muito mais competentes do que a nossa na defesa do ambiente
36 ANOS DE O MIRANTE
José Manuel Martins dos Santos, 53 anos, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo

Uma boa estratégia de dinamização dos jornais, prefiro chamar-lhe assim do que de sobrevivência, é uma boa integração na comunidade local e regional. O MIRANTE fá-lo muito bem.

O MIRANTE sai semanalmente em papel, desde Novembro de 1987 e edita notícias online a qualquer hora, desde Novembro de 2002, mas para o fazer tem que estar registado e os seus responsáveis identificados. E tem que cumprir leis, nomeadamente a lei de imprensa. Deve continuar assim ou os jornais devem ter maior liberdade?

Bem, o cumprimento da lei deve ser sempre respeitado, mas confesso que tenho sempre alguma dificuldade em perceber qual a necessidade de se ter um corpo de normas muito pesado para regular a imprensa. Por isso defendo maior liberdade, sem dúvida.

Há cada vez mais pessoas que optam por ser informadas através do que lhes chega pelas redes sociais. É o seu caso?

Claro que acedo a muita informação através do digital, mas continuo a privilegiar a leitura em papel. Creio, no entanto, que o futuro acelerará ainda mais a digitalização dos media.

A informação devia ser toda gratuita e de acesso livre?

O meio digital constitui precisamente um canal para esse efeito, mas em canal aberto. No entanto cada vez mais há conteúdos fechados. É compreensível porque tem a ver com estratégias de receita das publicações, mas preocupa-me essa limitação.

Há muitos jornais em dificuldades e há alguns que já deixaram de se editar nomeadamente regionais? É algo que o preocupe?

Claro que me preocupa. Penso que uma boa estratégia de dinamização dos jornais, prefiro chamar-lhe assim do que de sobrevivência, é uma boa integração na comunidade local e regional. O MIRANTE fá-lo muito bem.

Consegue explicar, com um ou dois exemplos, como acha que seria a sua vida, a nível pessoal e profissional, num país não democrático?

Sinceramente não consigo. Não é imaginável. Sem liberdade creio que sufocaria.

O que foi para si o 25 de Abril de 1974?

Foi a liberdade. Creio que é o bem mais precioso que se pode ter.

A Inteligência Artificial está presente, cada vez mais, na nossa vida. Está confortável com o que se está a passar?

Ainda não fiz uma análise global do ponto de vista societal, confesso. Creio que estamos a ser ultrapassados todos os dias pela evolução tecnológica. Por exemplo, no turismo há benefícios evidentes, mas em geral os desafios são enormes e com respostas que não são fáceis. Veja-se por exemplo o tema da produção de trabalhos escolares com recurso à IA.

As alterações climáticas são uma realidade ou há muito exagero no que é apresentado?

Não há exagero. As alterações climáticas estão aí e os seus impactos no quotidiano chegaram mais cedo do que seria expectável. Procuro ser um cidadão mais responsável e tenho agora em casa uma miúda de seis anos que não me dá tréguas nesse aspecto. Aliás, acredito muito nas novas gerações relativamente às matérias ambientais. Penso que serão mais competentes do que a nossa, a questão é se vamos a tempo.

Na Constituição da República estão inscritos os direitos e os deveres dos cidadãos. É capaz de indicar dois ou três dos nossos deveres constitucionais?

Bem, penso que o de votar é um deles e o de colaboração com as autoridades, outro.

Qual foi o último texto que leu em O MIRANTE de que gostou?

Um tema que está na actualidade e que o Ribatejo tomou a dianteira com a decisão tomada em Almeirim relativamente à proibição de uso dos telemóveis nas escolas primárias.

Se tivesse que classificar a classe política que vai festejar os 50 anos do 25 de Abril na Assembleia da República que pontuação lhe dava de 1 a 10?

Prefiro classificar os portugueses e aí dou nota 10.

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