O MIRANTE | 18-11-2023 21:00

Empresas que colocam publicidade na imprensa escrita estão a contribuir para haver boa informação

Empresas que colocam publicidade na imprensa escrita estão a contribuir para haver boa informação
Tiago Carvalho Ferreira, 47 anos, perito avaliador/gestor de imóveis AVALTN/GESIMOTN

Se vivesse num país não democrático jamais poderia expressar o meu desacordo com as decisões políticas sem temer represálias. A liberdade de expressão é uma conquista do 25 de Abril.

O MIRANTE sai semanalmente em papel, desde Novembro de 1987 e edita notícias online a qualquer hora, desde Novembro de 2002, mas para o fazer tem que estar registado e os seus responsáveis identificados. E tem que cumprir leis, nomeadamente a lei de imprensa. Deve continuar assim ou os jornais devem ter maior liberdade?
Sou da opinião que se deve manter assim pois essa é a melhor forma de transmitir confiança aos leitores.
Há cada vez mais pessoas que optam por ser informadas através do que lhes chega pelas redes sociais. É o seu caso? Será esse o futuro?
Penso que, sinceramente, não é verdadeira informação o que chega através das redes sociais. As redes sociais são para consumo instantâneo. Procuro a informação nos canais próprios de informação ainda que 80% seja online.
A informação devia ser toda gratuita e de acesso livre? Como acha que isso poderia ser feito?
Acho que deve ser paga, dentro da regra da oferta versus procura pois só é possível fazer bom jornalismo se os profissionais forem valorizados. O mecanismo da publicidade é bom e as empresas têm de perceber que ao escolher publicitar na imprensa escrita estão a contribuir para haver boa informação e a manter postos de trabalho.
Os hábitos de leitura mudaram e há muitos jornais em dificuldades e outros que já deixaram de se editar, nomeadamente regionais? É algo que o preocupe?
Sim, preocupa-me precisamente pela forma como a “má informação” circula. Sem jornais deixa de haver forma de fazer chegar notícias locais devidamente editadas às pessoas.
Consegue explicar, com um ou dois exemplos, como acha que seria a sua vida, a nível pessoal e profissional, num país não democrático?
A nível pessoal sinto que jamais poderia expressar o meu desacordo com as decisões políticas sem temer represálias. A nível profissional poderia ser prejudicado pelas minhas ideias e na minha actividade muitas pessoas poderiam deixar de recorrer aos meus serviços, mesmo que o quisessem fazer, com receio de serem prejudicadas por eu não ser do partido que estivesse no poder.
Portugal vai celebrar os 50 anos do 25 de Abril? Com base na sua experiência qual a importância da chamada Revolução dos Cravos para o país? O que foi para si o 25 de Abril de 1974?
Para mim a liberdade de expressão é uma conquista e um dado adquirido e muito agradeço aos Capitães de Abril por isso. Mas a importância do 25 de Abril não pode ser dissociada do 25 de Novembro porque sem esse acontecimento provavelmente teríamos tido uma ditadura de esquerda.
A Inteligência Artificial está presente, cada vez mais, na nossa vida? Sente isso? Está confortável com o que se está a passar?
Acho que a Inteligência Artificial tem prós e contras que devem ser devidamente ponderados ainda que esse caminho já esteja aberto para ser trilhado e penso que não há volta a dar.
As alterações climáticas são uma realidade ou há muito exagero no que é apresentado? Vale a pena alterarmos alguns comportamentos? Alterou algum?
Sim, são uma realidade. É preciso fazermos mais e estarmos atentos. A verdade é que há países que tem um impacto brutal na emissão de gases com efeitos de estufa e somos uma noz num oceano quando comparados com a Índia ou China. Contudo se cada um de nós contribuir as coisas podem mudar. Pessoalmente adquiri um veículo eléctrico com o objectivo de reduzir as emissões em contexto urbano e aderi à recolha selectiva de resíduos entre outros pequenos hábitos.
Na Constituição da República estão inscritos os direitos e os deveres dos cidadãos. É capaz de indicar dois ou três dos nossos deveres constitucionais?
O principal, e o que custa mais, é o de contribuir para os gastos do Estado ou seja pagar impostos. Outro que considero muito importante é o da responsabilidade social e outro é o de respeitar os direitos dos outros. Sem esquecer o respeito pelo meio ambiente.
Qual foi o último texto que leu em O MIRANTE de que gostou?
Vários, gosto de ver os textos sobre a política local dos diversos concelhos.
Se tivesse que classificar a classe política que vai festejar os 50 anos do 25 de Abril na Assembleia da República que pontuação lhe dava de 1 a 10?
Dava-lhe um 6 (seis).
O que gostava acrescentar?
Gostaria de perguntar, se os trabalhadores do jornal O MIRANTE são felizes pois desejo a todos que possam continuar a exercer a profissão de que gostam e a sentirem-se realizados.

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