Três livros que contam a história de três homens da nossa terra
O MIRANTE publica livros desde a sua fundação. Esta semana divulgamos três autores que merecem reconhecimento, não só por escreverem um livro mas por serem protagonistas da nossa história colectica. São três livros diferentes, muito diferentes, que têm a particularidade de terem como autores pessoas que escrevem sobre a sua vida.
À procura do caminho e outras histórias de vida
Tenho para mim que a vida só faz sentido se a partilharmos com quem gosta de estar junto de nós e aprecia a nossa maneira de ser, seja ela qual for. Com a simplicidade, sem manias de grandeza. Durante muitos anos o trabalho e as obrigações a cumprir fizeram sempre parte do meu quotidiano. Sempre entendi que isso era o essencial. As horas livres que tinha eram um bem raro e escasso. Porém, quando a idade avança e se passa a casa dos setenta vivendo na condição de reformado o tempo sobra para tudo e por vezes sentimos necessidade de fazer qualquer coisa de útil. Por exemplo, escrever. Sempre gostei de pensar em sonhos ou fantasias quando estou acordado, mas nunca me deu vontade de escrever sobre coisas que apenas existem no meu imaginário. Isso guardo só para mim. Ou, quando muito, partilho com a minha mulher, com quem nunca tive segredos. Com os outros, amigos ou conhecidos, só falo de coisas reais, autênticas. E com aquilo que escrevo passa-se o mesmo. É isso que faço neste livro.
Jorge Miguel já publicou “De Padeiro a Treinador de Campeãs do Mundo, em 2019, e Histórias Verídicas, em 2022, todos com a chancela de O MIRANTE.
Poemas de Fabião Coutinho
Este livro reflecte as vivências de um homem simples que ama a sua terra e os seus e não teme afirmá-lo. São visíveis, página a página, marcas de alguém que sabe sentir o mundo à sua volta. (...) Esta obra é redigida dentro de uma profunda consciência de que a terra onde nascemos e crescemos é sempre a nossa terra, que é ela que nos faz e que somos nós que a fazemos a ela, numa troca dinâmica, em que o que mais dá é o que mais recebe. Está patente que são as ruas que percorremos na infância e as gentes com quem convivemos num primeiro momento da nossa percepção do mundo que nos ajudam a construir o saber de experiências feito e que constroem as nossas primeiras marcas de individualidade.
Fabião foi obrigado a partir para outras terras, onde fez crescer a sua família, mas regressou, sempre que lhe foi possível e, quando não o pôde fazer, usou como escape para mitigar a saudade a sua poesia, redigindo esta obra de valor contundente, onde registou o amor que tem pelo património cultural imaterial da sua terra-berço e das gentes. (Texto do prefácio da autoria de Maria do Rosário Palhas Narciso).
O tempo de todas as incertezas
A História dos acontecimentos que marcaram as transformações humanas faz-se com recurso a provas factuais, corretas e verdadeiras. Os episódios que se referem a situações militares de confronto entre forças antagonistas têm um mérito especial quando chegam até nós através das narrativas daqueles que os presenciaram e neles participaram como actores directos. Álvaro Ribeiro tem esse mérito: foi um actor directamente interveniente. Quando escreve sobre a preparação militar os momentos passados na instrução, a espera pelo seu encaminhamento e, por fim, a mobilização para integrar a força militar dirigida a Moçambique permite-nos perceber todo o drama que a juventude portuguesa sofreu num período bastante conturbado da vida nacional. Continuando com a sua descrição em discurso directo, equilibrado e sugestivo, coloca-nos no centro do furacão. Ao relatar a vida nos quartéis, as ordens dos comandos superiores, o comandar uma coluna em zona de guerra, tudo é descrito na primeira pessoa e de uma forma simples e esclarecedora, correcta e acessível à compreensão de cada um. (Texto do prefácio da autoria de Eurico Manuel Lopes Henriques).
Nota: Os livros estão à venda numa livraria perto de si ou podem ser pedidos directamente no site da Editora O MIRANTE ou ROSMANINHO ou através do e-mail: assinaturas@omirante.pt