Prémios Personalidade do Ano são motivo de orgulho para O MIRANTE e para a região
A diretora executiva de O MIRANTE, Joana Salgado Emidio, abriu a sessão da entrega dos prémios personalidade do ano 2023 com palavras que espelham o orgulho da equipa e da iniciativa que este ano voltou a ser um êxito. "No nosso trabalho o que mais gostamos é de escrever notícias felizes, porque somos pessoas felizes", disse.
Confesso que nunca foi tão fácil estar aqui. Talvez porque desta vez tenho companhia, mas eu acho que é mais porque estou a fazer companhia do que por ter companhia.
Ninguém diria que eu ia ter alguém na empresa que quase 20 anos depois quisesse e mostrasse vontade de me substituir neste trabalho. A verdade é que O MIRANTE passou, em poucos anos, de um projecto especial e pessoal para um projecto de família, e agora é cada vez mais um projecto da região. Já somos mais que uma família com interesses no êxito e no crescimento do jornal; somos uma grande região, um país e uma grande comunidade que ultrapassa fronteiras.
Na comunicação social, que é um negócio de muito valor e serviço público, mas também de combate, é preciso muita gente, muito boa gente para que o jornal cumpra a sua função que já está definida desde o ano de 59 antes de Cristo. Nessa altura, no reinado de Júlio César, a informação era actualizada diariamente esculpida em pedra ou metal, dependendo da época, e ficava exposta em locais públicos, como o Fórum de Roma.
O jornal chamava-se Acta Diurna e era a folha dos actos oficiais do império, embora também decisões do Senado e de magistrados, eventos da sociedade como: nascimentos, casamentos e óbitos de cidadãos notáveis.
O jornal como o conhecemos hoje data de 1618, de ontem portanto, e ninguém diria que os jornais que todos conhecemos se iriam transformar naquilo que são hoje e que não vale a pena recordar porque todos somos leitores de jornais.
Mas de verdade o jornalismo é um negócio como de resto também se tornaram muitos dos serviços que também são públicos como: advogar, medicar, transportar, governar, enfim, acho que a evolução é grande demais para ficar aqui a falar dela, mas por boas razões, uma vez que por detrás de todas essas alterações está a democracia que é talvez a palavra mais importante do nosso dicionário.
Todas as profissões exigem uma aprendizagem e o jornalismo é talvez das que demora mais tempo a aprender, e uma vida não basta para ficar a saber tudo ou quase tudo.
Quando entrei nesta vida com um curso universitário que me ensinou a comunicar, escrever e desenhar, jamais imaginaria o que me esperava embora tivesse começado a trabalhar no jornal com 11 anos já que o meu pai seguiu o conselho dos velhos mestres que foi ensinar os filhos a pescar e não só a dar-lhes o peixe na mesa.
Não sou nem nunca fui jornalista mas como se diz na gíria falo com eles todos os dias. E em 20 anos de trabalho a fazer o que faço, aprendo mais sobre a profissão que muitos jornalistas que vivem de rabo sentado à secretária como se o jornalismo fosse uma profissão de mangas de alpaca.
Não há presente sem passado e quem quiser ignorar esta realidade não se safa nos tempos de hoje. E de ontem, se quisermos ser mais rigorosos.
Os prémios Personalidade do Ano começaram no ano 2000 e já comigo a trabalhar no jornal e a ajudar a organizar a iniciativa. Quem me vê, e gosta de mim, ou é mais simpático comigo, há-de achar que sou uma menina que ainda ontem saiu da Universidade, mas não é verdade. Sou testemunha de quase duas dezenas de iniciativas como esta e guardo muito boas recordações de pessoas que premiamos e que de uma forma ou de outra valorizaram as Personalidades do Ano ao ponto de hoje ser uma das iniciativas da região que serve para nos unirmos, para nos valorizarmos mas também para darmos testemunho de que somos efetivamente uma região, que respeitamos a grandeza do mar da palha mas antes somos parte da grandeza do rio, da lezíria do bairro e da charneca que formam este todo que vai desaguar no Tejo e depois então no mar da palha. .
O MIRANTE é um jornal mas não nos ficamos pela missão de editar notícias. Queremos ser a cada dia que passa um elo de ligação entre a comunidade e as suas instituições.
Por isso somos parceiros de muitas empresas, colectividades e associações, premiamos empresários e personalidades da vida pública, ligadas às mais diferentes áreas da nossa sociedade, levamos o nome da região aos quatro cantos do mundo.
Temos orgulho de sermos a melhor redacção descentralizada dos jornais e das televisões de Lisboa e do Porto, que têm no nosso trabalho referências para valorizarem o seu.
Permitam que termine esta partilha com o lado pessoal sobre o meu trabalho.
Tenho com a grande maioria das pessoas desta sala uma relação especial, de muitas horas de telefone, de muitas conversas presenciais, de muitos assuntos sérios, de confidências pelo meio e de muitas estratégias. Todos vós, para mim, têm a mesma importância mas cada um tem as suas particularidades que só eu sei, e sabe cada um de vós. E a maior grandeza desta relação é uma amizade profissional que nunca se confunde com a vida particular.
Gerir uma empresa de comunicação social é muito mais que gerir uma empresa; é acima de tudo gerir emoções, de um lado de quem pesquisa e escreve notícias, e do outro de quem é alvo ou protagonista das notícias.
Há muitos interesses comuns mas também muitos interesses contraditórios que eu e a minha equipa temos que resolver todos os dias; e isso é uma das partes mais difíceis mas também mais desafiantes do nosso trabalho.
É o cumprimento escrupuloso e quase ao segundo desses objetivos que faz com que O MIRANTE seja um grande jornal referência no mercado regional mas também nacional, com saúde financeira e líder no seu propósito.
O jornal que têm na mão parece que se fez numa assentada. Até a mim me parece agora que já ultrapassamos mais este desafio. Mas não é assim, como todos sabem, que nasce uma estrela.
Há muita luta pelo meio, muitos enjoos, muita dúvida para se chegar a quase todas as certezas.
A edição de O MIRANTE desta semana distribuída pelos dois cadernos é um espelho daquilo que é a nossa vida nas relações com a comunidade; de um lado o dever de informar sem misturar o trigo com o joio, do outro a necessidade de facturar publicidade sem misturar o trigo com o centeio.
Gerir O MIRANTE é a maior escola de vida. É por isso que posso dizer que embora estejamos aqui reunidas cerca de 400 pessoas quase que aposto que vos conheço a todos pelo nome e pelos interesses que representam. Durante a preparação desta cerimónia falei com a grande maioria de vós, por isso só posso ter passado a mensagem que me caracteriza na gestão do meu trabalho diário.
Não consigo trabalhar zangada
Não consigo falar baixinho
Não consigo deixar de sorrir
Não consigo deixar de ver em cada um de vós os parceiros para o sucesso de O MIRANTE.
Sou uma pessoa de pessoas e só sei trabalhar com a emoção.
Repito: Gerir O MIRANTE é a maior escola de vida. Neste papel ninguém me imagina a receber telefonemas a meio da noite de pessoas zangada com o jornal porque as notícias não lhe agradaram e ás vezes a ser insultada sem razão.
Mas esse também é o reverso da medalha que nós temos que admitir que não podemos evitar num trabalho tão especial de escrutinar a vidas das pessoas e das instituições. E por isso ser directora executiva desta empresa que edita O MIRANTE é também muitas vezes desempenhar o papel de gestora de imagem e de comunicação.
Editar O MIRANTE não é só editar um jornal. Fazer O MIRANTE é trabalhar o jornalismo de proximidade ao minuto, mas saber que por detrás de uma equipa de jornalistas tem que haver uma equipa de gestão vencedora, eximia e coesa nas contas e no planeamento da gestão da empresa.
Este jornal tem sido uma escola de vida e por isso é muito mais que um site online ou uma edição em papel semanal que difunde aquilo que de mais interesse temos para publicar sobre a região.
O MIRANTE é todos os parceiros que estão nesta sala e os outros que não estão. O MIRANTE é um jornal feito com a emoção de quem trabalha com paixão e tem o fato de trabalho vestido para todos os dias e todas as horas .
Trabalhamos diariamente para ser a grande referência da região e não só o quarto poder, porque isso para nós é um objetivo pouco claro.
Não vamos em cantigas. Fazemos o contra poder que temos que fazer, e escrutinamos até ao osso sempre que é preciso.
Não vendemos a alma ao diabo e não trocamos nada pela nossa dignidade e honra mesmo que para isso tenhamos que fazer o caminho das pedras.
Mas acima de tudo é bom, que fique claro, o que mais gostamos é de dizer bem, e de escrever notícias felizes porque somos pessoas felizes.