Gerir O MIRANTE é a maior escola de vida
Joana Salgado Emídio abriu a sessão das Personalidades do Ano falando dos seus 20 anos de trabalho no jornal e do que quer para o seu futuro, sem esquecer de referir que estavam mais de 400 convidados no Convento de S. Francisco com quem disse ter falado ao longo dos dias que antecederam a cerimónia.
Confesso que nunca foi tão fácil estar aqui. Talvez porque desta vez tenho companhia mas acho que é mais porque estou a fazer companhia do que por ter companhia. Ninguém diria que eu ia ter alguém na empresa que, quase 20 anos depois, quisesse e mostrasse vontade de me substituir neste trabalho [de apresentar a cerimónia, que pela primeira vez ficou a cargo de Bernardo Emídio].
Na comunicação social, que é um negócio de muito valor e serviço público, mas também de combate, é preciso muita gente, muito boa gente para que o jornal cumpra a sua função (:) De verdade o jornalismo é um negócio como, de resto, também se tornaram muitos dos serviços que também são públicos como: advogar, medicar, transportar, governar, enfim, acho que a evolução é grande demais para ficar aqui a falar dela, mas por boas razões uma vez que por detrás de todas essas alterações está a democracia que é talvez a palavra mais importante do nosso dicionário.
Todas as profissões exigem uma aprendizagem e o jornalismo é talvez das que demora mais tempo a aprender e uma vida não basta para ficar a saber tudo ou quase tudo (:) Não sou nem nunca fui jornalista mas, como se diz na gíria, falo com eles todos os dias. E em 20 anos de trabalho a fazer o que faço aprendo mais sobre a profissão que muitos jornalistas que vivem de rabo sentado à secretária como se o jornalismo fosse uma profissão de mangas de alpaca (:)
Os prémios Personalidade do Ano começaram em 2005 e já comigo a trabalhar no jornal e a ajudar a organizar a iniciativa. Quem me vê, e gosta de mim, ou é mais simpático comigo, há-de achar que sou uma menina que ainda ontem saiu da Universidade, mas não é verdade. Sou testemunha de quase duas dezenas de iniciativas como esta e guardo muito boas recordações de pessoas que premiamos e que de uma forma ou de outra valorizaram as Personalidades do Ano ao ponto de hoje ser uma iniciativa da região que serve para nos unirmos, para nos valorizarmos mas também para darmos testemunho de que somos efectivamente uma região, que respeitamos a grandeza do mar da palha mas antes somos parte da grandeza do rio, da lezíria do bairro e da charneca que formam este todo que vai desaguar no Tejo e depois então no mar da palha.
O MIRANTE é um jornal mas não nos ficamos pela missão de editar notícias. Queremos ser a cada dia que passa um elo de ligação entre a comunidade e as suas instituições. Por isso somos parceiros de muitas empresas, colectividades e associações, premiamos empresários e personalidades da vida pública, ligadas às mais diferentes áreas da nossa sociedade, levamos o nome da região aos quatro cantos do mundo. Temos orgulho de sermos a melhor redacção descentralizada dos jornais e das televisões de Lisboa e do Porto, que têm no nosso trabalho referências para valorizarem o seu.
Tenho com a grande maioria das pessoas desta sala uma relação especial, de muitas horas de telefone, de muitas conversas presenciais, de muitos assuntos sérios, de confidências pelo meio e de muitas estratégias. Todos vós para mim têm a mesma importância mas cada um tem as suas particularidades que só eu sei e sabe cada um de vós. E a maior grandeza desta relação é uma amizade profissional que nunca se confunde com a vida particular.
O MIRANTE é uma referência regional e nacional
Gerir uma empresa de comunicação social é muito mais que gerir uma empresa; é acima de tudo gerir emoções, de um lado de quem pesquisa e escreve notícias, e do outro de quem é alvo ou protagonista das notícias (:). É o cumprimento escrupuloso e quase ao segundo desses objectivos que faz com que O MIRANTE seja um grande jornal referência no mercado regional mas também nacional, com saúde financeira e líder no seu propósito (:) Gerir O MIRANTE é a maior escola de vida. É por isso que posso dizer que, embora estejamos aqui reunidas cerca de 400 pessoas, quase que aposto que vos conheço a todos pelo nome e pelos interesses que representam. Durante a preparação desta cerimónia falei com a grande maioria de vós, por isso só posso ter passado a mensagem que me caracteriza na gestão do meu trabalho diário (:) Repito: gerir O MIRANTE é a maior escola de vida (:) Editar O MIRANTE não é só editar um jornal. Fazer O MIRANTE é trabalhar o jornalismo de proximidade ao minuto mas saber que por detrás de uma equipa de jornalistas tem que haver uma equipa de gestão vencedora, exímia e coesa nas contas e no planeamento da gestão da empresa.
Este jornal tem sido uma escola de vida e por isso é muito mais que um site online ou uma edição em papel semanal que difunde aquilo que de mais interesse temos para publicar sobre a região. O MIRANTE é todos os parceiros que estão nesta sala e os outros que não estão. O MIRANTE é um jornal feito com a emoção de quem trabalha com paixão e tem o fato de trabalho vestido para todos os dias e todas as horas. Trabalhamos diariamente para ser a grande referência da região e não só o quarto poder porque isso para nós é um objectivo pouco claro. Não vamos em cantigas. Fazemos o contrapoder que temos que fazer, e escrutinamos até ao osso sempre que é preciso. Não vendemos a alma ao Diabo e não trocamos nada pela nossa dignidade e honra, mesmo que para isso tenhamos que fazer o caminho das pedras. Mas acima de tudo é bom, que fique claro, o que mais gostamos é de dizer bem e de escrever notícias felizes porque somos pessoas felizes.