O MIRANTE TV | 25-01-2025 13:45

Plano de mobilidade de Santarém promete revolução no espaço urbano

Transformar Santarém numa cidade mais amiga dos peões, onde se facilite e incentive a circulação pedonal e o uso do transporte público para pequenas deslocações, é o mote do Plano de Mobilidade Urbana de Santarém apresentado recentemente.

Município é um dos poucos do país com esse documento concluído, sendo esse um requisito fundamental para aceder a fundos comunitários.
O Plano de Mobilidade Urbana de Santarém foi apresentado publicamente no dia 24 de Janeiro, no salão nobre da câmara municipal. O documento pretende transformar Santarém numa cidade mais amiga dos peões e desincentivar o uso do automóvel para pequenas deslocações urbanas.
Entre as medidas preconizadas, estão a construção de um funicular entre o bairro de são Bento e a estação ferroviária na Ribeira de Santarém, ampliação da área pedonal no centro histórico, passeios maiores, mais ciclovias e requalificação da espinha dorsal do planalto, entre o Sacapeito e São Bento.
Na abertura da sessão, o presidente do município, João Leite (PSD), disse tratar-se de um plano essencial para aceder a fundos comunitários, estando Santarém entre os poucos municípios com um plano de mobilidade urbana sustentável já concluído. “Este documento vai melhorar a qualidade de vida da nossa população e daqueles que nos visitam. É uma revolução que queremos fazer no nosso espaço público. É um documento dinâmico que pode ser melhorado, um documento estratégico para o nosso futuro colectivo”, disse o autarca.
João Leite vincou a necessidade de criar soluções de mobilidade mais fácil não só no planalto mas também na ligação à Ribeira de Santarém e ao bairro de São Domingos. Para isso, foram definidas três novas ligações: a ligação de São Bento à Ribeira de Santarém, o Miradouro da Rafoa a São Domingos e o Jardim das Portas do Sol à Ribeira de Santarém.
A apresentação do plano, numa sessão muito participada, esteve a cargo da engenheira Paula Teles, responsável da empresa que elaborou o documento durante os últimos dois anos. “Se não houver um pensamento global e estratégico continuamos com medidas avulsas e algumas meramente decorativas”, disse a técnica, referindo que é necessário cortar com os tempos em que no país se faziam ciclovias e parques de estacionamento que, depois, não serviam para nada.
A implementação do plano tem um horizonte temporal de uma década e é muito exigente do ponto de vista financeiro, pelo que é fundamental a comparticipação de fundos europeus. Mais canais para utilização da bicicleta, mais áreas pedonais, mais espaços verdes, reforço dos transportes públicos e mais estacionamento, inclusive na periferia, dissuadindo o uso do carro na cidade, são ideias fortes para um concelho onde o uso do automóvel, entre 2001 e 2021, passou de 57% para 71% nas deslocações habituais da população.
Esses números indicam que está a perder-se a humanização do território e as vivências citadinas, com cada vez mais gente a deslocar-se de carro para o trabalho e para a escola. “Que o município de Santarém seja forte para fazer esta mudança. Queremos que as crianças não conheçam a cidade apenas a partir do banco de trás do carro”, enfatizou Paula Teles, acreditando que a implementação do plano e o incentivo da circulação pedonal e do uso de transportes públicos vão ter também repercussões positivas na saúde e qualidade de vida da população.
Paula Teles alertou ainda que algumas das intervenções vão constituir um desafio difícil do ponto de vista político, porque a população, geralmente, não tem muita paciência para obras demoradas, referindo-se sobretudo à transformação do eixo São Bento/Sacapeito, hoje um canal eminentemente rodoviário, num canal de vida e fruição urbana. “Acreditamos que Santarém pode vir a ser um belo caso de estudo a nível nacional e internacional”, concluiu.

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