Opinião | 09-05-2019 07:00

Última Página: Políticos com força na verga

Em tempo de eleições não se percebe como é que em Santarém não se berra contra o Governo por manter fechada uma estrada nacional que nos faz falta.

Nos últimos tempos tenho andado todos os dias a ver a morte nos olhos de um familiar que visito na cama de um hospital. A sensação é terrível por causa do sofrimento; o piso da unidade hospitalar onde estão muitos outros doentes nas mesmas condições é o espelho da nossa futura desgraça. É preciso sermos muito fortes, ou muito ignorantes, para aceitarmos sem condições o caminho para a falência física e mental. Não há como reclamar quando se está muito doente num hospital, seja ele público ou privado, mas é claro que morremos muito mais lentamente e com muito mais sofrimento onde o serviço é pago só pelo Estado.

Falo do assunto porque sou a favor de um Serviço Nacional de Saúde (SNS), como a maioria dos portugueses, mas também defendo com unhas e dentes a iniciativa privada e, neste caso, as parcerias com o Estado que se forem bem negociadas trazem muitas vantagens para os cidadãos e para os cofres do Estado. O Bloco de Esquerda e o PCP continuam a ver na iniciativa privada a raiz de todos os nossos problemas, quando são os empresários e as empresas que sustentam a nossa Economia, neste e noutros sectores, gerando trabalho e riqueza.

Sempre me considerei um homem de esquerda mas tenho que reconhecer que, nos dias de hoje, os partidos de direita defendem mais e com melhores argumentos a sociedade livre e democrática pela qual luto e lutarei até morrer. O Bloco, o PCP e uma certa ala do PS, querem legislar a todas as horas para que as leis coincidam com os comportamentos humanos. Para eles nós temos que ser máquinas, não podemos viver das emoções, temos que viver conformados, fiéis aos mandamentos de um Estado tutelar que nos pode esmagar a qualquer momento. A política anti Europa é o maior exemplo da mesquinhez de que vivem os partidos de esquerda em quem já votei e com quem me identifico, apesar de tudo, em algumas políticas; mas nas próximas eleições vou votar em quem luta pelo SNS mas também em quem acredita e acha que vale a pena viver integrado numa União Europeia.


Não consigo perceber a passividade dos autarcas de Santarém depois de gastarem milhões na recuperação das barreiras da cidade. A EN 114 continua fechada prejudicando a cidade e milhares de pessoas que vivem e trabalham na região. Já lá vão cinco anos. Todos sabemos que o problema que impede a reabertura da estrada é de acção; murro na mesa, manifestação popular ou convocação das televisões e dos jornais para ridicularizar os serviços comandados por gente afecta ao Governo que vive das dificuldades que criam ao país e aos cidadãos.
Em tempo de eleições, como é o caso, chamar os bois pelos nomes tem o dobro do efeito na opinião pública, e faz a rapaziada do partido do Poder meter pernas ao caminho. Chamar incompetente ao Governo de António Costa numa altura destas, certamente que rolarão cabeças na Infraestruturas de Portugal e a estrada será reaberta. Mas onde é que andam os políticos de Santarém com força na verga? JAE

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