Opinião | 14-05-2019 18:00

Maio é mês  de aparições

Maio é mês  de aparições
OPINIÃO

Emails do Outro Mundo

Fulgurante Manuel Serra d’Aire

Sou um admirador confesso das qualidades histriónicas do vereador do PS da Câmara de Benavente Pedro Pereira, que, desde que o seu camarada de Tomar Luís Ferreira decidiu meter licença sabática na actividade política, tornou-se a mais refulgente estrela do universo socialista no que toca à agitação da pasmaceira política ribatejana. O homem não dorme nem perde oportunidade de dar nas vistas, nem que seja lançando comunicados venenosos no Domingo de Páscoa a zurzir na sua camarada vereadora na mesma autarquia.

Quem tem pachorra para fazer política num Domingo de Páscoa (em vez de estar de volta do cabrito assado, por exemplo) havendo tantos dias da semana para isso, só pode ser um viciado no trabalho, embora os seus propósitos e atitudes não se coadunem muito com a doutrina cristã (porque até Deus descansou ao sétimo dia!), nem com a quadra que se vivia. Mesmo que o vereador estivesse muito abespinhado com a sua camarada, teria ficado melhor na fotografia se tivesse dado a outra face em vez de crucificar a senhora na praça pública, para mais num Domingo de Páscoa. Além da manifesta falta de sentimentos cristãos, faltou também uma pinga de cavalheirismo.

Como já deves ter reparado pelo número de coletes amarelos que circulam pelas bermas das estradas, estamos em Maio, época alta no Santuário de Fátima com as celebrações de 13 de Maio. Por coincidência (ou não, porque os desígnios divinos são insondáveis), nos últimos dias fui surpreendido por duas aparições, embora não em carne e osso, porque não tive oportunidade de as beliscar, mas aparições na mesma.

A primeira foi a do antigo Governador Civil de Santarém e antigo presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, que deu ares da sua graça numa feira medieval em Santarém. Nas redes sociais foi publicada uma foto de Fonseca ao lado do presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, que estava fardado de cavaleiro templário, o que só por si já dá uma aura mística à cena. A foto não deixava claro se Fonseca fazia parte da recriação histórica, embora os óculos com armação em massa, que lhe dão um ar de intelectual de esquerda, me tenham parecido demasiado vanguardistas para a Idade Média.
Um par de dias depois, ouvia a rádio pela manhã e, qual pastorinho inocente, levo com outra aparição em cima que me deixou a necessitar de um conhaque para pôr o sangue novamente a correr pelas veias. O antigo presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas, falava sobre o rating (pelos vistos não há outra palavra melhor para usar) municipal português, enquanto coordenador de um estudo feito para a Ordem dos Economistas.

O estudo aborda a sustentabilidade financeira, a governação ou o desenvolvimento económico e social de todos os municípios portugueses e, para quem já não se recorda, Paulo Caldas é o ex-autarca que há meia dúzia de anos deixou a Câmara do Cartaxo de pantanas em termos financeiros mas que, dizem, é um brilhante economista. Ou seja, deve ser melhor na teoria do que na prática, como o José Mourinho, que nunca passou de um mediano jogador de futebol mas tornou-se um treinador de excelência...

Saudações alucinadas do
Serafim das Neves

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