Opinião | 07-04-2021 18:00

Alçar a perna contra um tronco é bem mais ecológico do que contra um candeeiro

Alçar a perna contra um tronco é bem mais ecológico do que contra um candeeiro
OPINIÃO

Emails do Outro Mundo

Endemoninhado Serafim das Neves

Os assuntos dos animais de companhia, estejam eles na companhia de alguém ou andem ao Deus dará, deixam de ser tratados pela Direcção Geral de Alimentação e Veterinária e passam para o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas.

Acho que se trata de uma decisão sensata, que irá ao encontro da preferência dos cães de alçarem a perna num bom tronco de árvore em vez de mijarem contra as paredes e os postes de iluminação pública.

Eu próprio, confesso, gosto muito mais de me aliviar na natureza, embora agora tenha sempre medo de ser confundido com um incendiário e de ser levado para a esquadra ou posto mais próximo, de calças na mão.

E aqui faço um parêntesis para recordar um belo poema popular que exalta as acções ecológicas: “Que bom fazer na floresta/Liberta-se o pensamento/O zezinho cheira as flores/e os berlindes dançam ao vento”.

E os gatos também agradecem as novas disposições legais porque lhes sabe melhor afiar as garras num pinheiro bravo, ou mesmo num eucalipto, do que numa qualquer parede de um prédio ou mesmo de uma vivenda.

Há quem seja contra esta medida argumentando que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas está mais vocacionado para os animais selvagens. É uma visão redutora e discriminatória.

Há animais de companhia que são extremamente selvagens e animais selvagens que são uns doces. Ainda há dias vi uma reportagem com uma família da aldeia de Paio Mendes, em Ferreira do Zêzere, que em vez de cão, gato ou periquito, tem como animal de estimação um javali chamado Riscas.

E por falar em discriminações, aproveito para chamar a atenção para uma outra que também é flagrante. Acabaram com os espectáculos de cãezinhos amestrados nos circos e agora, para vermos as habilidades que eles faziam, de saltarem sobre obstáculos e pelo meio de argolas, temos que ir aos campeonatos de Agility. Será por uns cães serem artistas de circo e outros atletas de alta competição? E a ministra da Cultura não diz nada?!!

É inevitável falar-te das vacinas contra a Covid-19 porque há um mistério de que ninguém fala. Todos os dias leio que a AstraZeneca não está a fornecer vacinas na União Europeia porque as está a mandar para o Reino Unido, mas ao mesmo tempo verifico que todas as vacinas que estão a ser dadas em Portugal são daquela marca.

Ora bem, se eles não fornecem vacinas e se aquelas são as únicas que estão a ser usadas, de onde é que elas vêm? Queres ver que um dia destes a ASAE aparece a anunciar a apreensão de vacinas AstraZeneca contrafeitas em vez de fatos de treino da Adidas e de calças de ganga Levis?

Este ano voltamos a não poder celebrar, como queríamos, o aniversário dos e-mails do outro mundo. É o vigésimo primeiro e tem um significado especial. Hoje a maioridade é atingida aos 18 anos e já há quem defenda que se passe para os 16 mas antigamente era aos 21 anos. Na prática atingimos a maioridade, seja qual for a idade considerada. O que falta saber é se a maioridade nos atingiu a nós.

Saudações florestais

Manuel Serra d’Aire

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