Opinião | 09-06-2021 12:30

Quem quer festa, sua-lhe a testa!

Quem quer festa, sua-lhe a testa!
OPINIÃO: EMAILS DO OUTRO MUNDO

Retumbante Manuel Serra d’Aire

Para as bandas de Fátima anda um grande rebuliço político porque o presidente da junta decidiu arrendar a casa mortuária a uma empresa por 20 anos, pelo valor de 1.500 euros mensais, sem dar cavaco à assembleia de freguesia. E mais ainda: a junta até já recebeu da empresa inquilina 200 mil euros adiantados, o que nesta altura do campeonato é mel para os cofres da freguesia. Se eu tivesse uma casa para arrendar e o inquilino me oferecesse logo à cabeça mais de dez anos de rendas também aceitava na hora e ainda fazia o pino apenas com uma mão enquanto cantava a Guantanamera. Infelizmente, negócios desses são como o jackpot do euromilhões: saem sempre aos outros. Mas fico feliz por constatar que em Fátima os acontecimentos milagrosos continuam…

Foi com surpresa que soube que a Golegã recuou no confinamento devido ao aumento da incidência de casos Covid-19. Razão tinha o autarca que no ano passado pela Páscoa mandou proibir a entrada de pessoas não residentes no concelho. Aliás, o presidente Veiga Maltez até mandou fazer sinais de trânsito próprios para colocar em todas as entradas no concelho. Infelizmente, o voluntarismo e a pró-actividade do autarca-xerife foram contrariados pelas leis da República e pelo Código da Estrada vigentes e as fronteiras goleganenses lá tiveram de ser franqueadas aos desregrados forasteiros, impedindo o concelho de se tornar um paraíso livre de Covid-19, como parece que acontece, por exemplo, na Coreia do Norte.

Em Santarém, uma festa de jovens pôs o concelho outra vez em estado de alerta devido ao aparecimento de dezenas de casos de Covid-19 e deixou muitas turmas do secundário em casa de quarentena. Nos nossos tempos tínhamos métodos mais subtis e menos perniciosos de nos baldarmos às aulas em fim de ano lectivo. E, acima de tudo, jamais contribuiríamos para o fecho de tascas e afins por razões sanitárias. Quem quer festa sua-lhe a testa, dizia a minha avó, pelos vistos antecipando já as asneiras que a juventude escalabitana iria fazer umas décadas mais tarde.

Por falar em juventude, a Misericórdia de Abrantes acabou com um lar para raparigas institucionalizadas devido ao alegado mau comportamento das gaiatas. O provedor, homem que já não deve ter paciência para aturar adolescentes travessas, cortou o mal pela raiz, com um pragmatismo implacável, pouco usual neste país onde se gosta muito de encanar a perna à rã e empurrar os problemas com a barriga.

Faz-me lembrar a história do tipo que, farto das dores de cabeça crónicas, optou pela guilhotina para acabar com o mal. Foi remédio santo! Depois desta decisão da Misericórdia de Abrantes, talvez pouco engenhosa mas extremamente eficaz, aconselho os utentes de outras valências da instituição a portarem-se bem e a andarem na linha, sejam eles petizes do jardim-de-infância ou a malta mais velha, senão já sabem o que os pode esperar... É que ali corta-se a direito e ninguém mija fora do penico!


Um caloroso abraço do Serafim das Neves

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