Opinião | 06-08-2022 21:00

Um jardim-de-infância das anedotas na terra dos fenómenos e um centro cultural aquático na capital do vinho

Um jardim-de-infância das anedotas na terra dos fenómenos e um centro cultural aquático na capital do vinho

Facecioso Serafim das Neves

Facecioso Serafim das Neves
Depois de há quinze anos ter gasto um milhão e duzentos mil euros a construir um jardim-de-infância, a Câmara do Entroncamento decidiu gastar o dobro para o mandar abaixo e construir outro no mesmo local. E só ainda não o fez porque as empresas de construção civil, acham que aquele dinheiro não chega, nem para construir uma casota de cão.
O jardim de infância tem o nome da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, mas se a demolição e reconstrução avançarem eu proponho, desde já, que se passe a chamar Bocage, ou mesmo Fernando Rocha, tendo em conta a anedota que tudo aquilo já é. E proponho uma medalha para o presidente da câmara, Jorge Faria, um conhecido pândego, que não tem poupado esforços nem dinheiro para divertir o povo.
O autarca demolidor quer mandar abaixo o jardim-de-infância porque lhe disseram que estava em risco de cair em cima cabeça dos infantes e até os tirou de lá alguns meses depois de receber o aviso. Mas o raio da escola nunca mais cai e aquela teimosia de um edifício sempre em pé, dá cabo da paciência a qualquer um.
No Entroncamento há muitos edifícios abandonados porque foi decidido, já lá vão uns anos, que iriam desmoronar-se a qualquer momento. Um deles até fica em frente à câmara municipal. E se os anos passam e os prédios não caem, é só porque não chove o suficiente. São os caprichos da natureza a afectar a boa gestão autárquica.
Mas há sempre solução para a falta de chuva. Antes os padres reuniam os seus rebanhos, salvo seja, e faziam procissões em que rogavam aos santos que abrissem as torneiras do céu. Agora, com soluções mais modernas, arranja-se chuva em qualquer lado, sem necessidade e rezas, mesmo que a seca seja grande.
Que o diga a Câmara do Cartaxo, que ficou com o centro cultural alagado de forma irrecuperável, devido à entrada em funcionamento dos aspersores do sistema de combate a incêndios, na noite de 13 de Abril, que apesar de 13 não era uma sexta-feira. Na capital do vinho, choveu água aos litros, horas a fio, na casa da cultura, onde nem sequer ardiam as chamas do entusiasmo de qualquer público.
Mil litros de água por minuto pode ler-se nos manuais do equipamento. E o pior de tudo é que a água vai ter que ser paga à Cartágua, que tem preços por metro cúbico de alto lá com eles.
A Câmara do Cartaxo anda a ver se o seguro paga os prejuízos. A câmara do Entroncamento, como nunca falou nisso, não devia ter seguro do jardim-de-infância. E ainda bem que não tinha. Já se viu agora andar uma companhia de seguros a meter o nariz em decisões soberanas de autarcas eleitos pelo povo?!!
Serafim, fiquei surpreendido por Aveiras de Cima não ter apresentado qualquer candidata ao concurso Rainha das Vindimas 2022. Depois de desaparecimento do famoso concurso miss liteiros, no concelho de Torres Novas, e dos mil e um concursos de Miss T-shirt molhada, era catastrófico se a razia se estendesse às rainhas das vindimas. E se termino este e-mail com alguma alegria, é porque sei que nas festas de Marinhais vai haver, no último dia, madrugada dentro, uma fabulosa festa da espuma.
Saudações refrescantes
Manuel Serra d’Aire

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