Lei da rolha
A imprensa regional sempre teve uma ligação de proximidade com o UDV.
A imprensa regional sempre teve uma ligação de proximidade com o UDV. Os jornais regionais sempre tiveram porta aberta para acompanhar e noticiar as assembleias do UDV mesmo quando apareciam pouco mais de uma dezena de sócios. Acompanhámos as tomadas de posse dos diversos presidentes, demos-lhes voz nos bons e maus momentos e até quando os sócios votaram a constituição de uma SAD para o futebol.
Na noite de 15 de Novembro, o presidente da comissão administrativa, Márcio Oliveira, em conjunto com o presidente da assembleia-geral, Rui Oliveira de Carvalho, decidiram impedir de forma grosseira a entrada dos jornalistas na assembleia, com o argumento que a sua presença iria deixar os sócios pouco à vontade para falar. Os dirigentes esqueceram-se que informar sobre o que aconteceu na assembleia importa a toda a cidade e não apenas aos sócios, como é o caso dos simpatizantes e as empresas que vão apoiando o clube.
Sócios inviabilizam realização de assembleia geral polémica no Vilafranquense
Na agenda estava a suspensão da actividade desportiva e a venda da participação de 10% do capital que o clube detém no Vilafranquense Futebol SAD, que disputa a II Liga. Falando aos sócios já depois de saber que o negócio não se ia realizar, o líder da SAD informou que a equipa está de saída da cidade e que com ou sem estádio a decisão está tomada e é irrevogável.
Os sócios do União Desportiva Vilafranquense (UDV) chumbaram por maioria - 52 votos a favor e 32 contra - a ordem de trabalhos apresentada para a assembleia-geral do clube marcada para a noite de terça-feira, 15 de Novembro. A reprovação foi justificada pelos sócios com o facto da comissão administrativa que gere o clube não apresentar contas desde 2019, ficando assim inviabilizada a votação dos três pontos que estavam agendados: a suspensão da actividade desportiva do UDV, a constituição de uma nova associação desportiva herdeira do UDV e a mais polémica: a transmissão da participação dos 10% que o clube detém no Vilafranquense Futebol SAD (sociedade anónima desportiva) a favor da accionista maioritária Números Mouriscos Unipessoal Lda.
Em cima da hora da assembleia a chegada de um autocarro do Vilafranquense SAD cheio de jogadores, a maioria brasileiros que se fizeram sócios há poucas semanas, gerou controvérsia, com vários sócios com décadas de ligação ao clube a sentirem que estavam a ser introduzidos votos à força no pavilhão para influenciar o resultado de uma votação que, afinal, não aconteceu.
“Logro” e “golpada” foram algumas das expressões mais usadas pelos sócios para caracterizar a situação, criticando a forma “atabalhoada” com que a assembleia foi marcada e por não ter sido antecedida de uma sessão pública de esclarecimento e sem que sequer ter sido distribuída documentação aos sócios sobre os assuntos que iam a votação.
SAD diz adeus a VFX
Vendo que o negócio não se ia realizar, o presidente do Vilafranquensee Futebol SAD, Henrique Sereno, acabou por se limitar a prestar esclarecimentos aos sócios dizendo que estava disponível para pagar ao clube 190 mil euros pelos 10% do capital detido pelo UDV, valor a pagar em seis meses. Quando alguns sócios começaram a criticar o empresário pelo valor proposto, que consideraram baixo, e a dizer que preferiam que o clube fechasse portas de vez do que estar a dar a participação à SAD, o dirigente anunciou que está definitivamente de saída de Vila Franca de Xira, insatisfeito com os impasses na construção de um novo estádio. E afirmou que independentemente dessa infraestrutura, prometida pela câmara, vir a existir ou não a decisão de fazer as malas é agora “irrevogável”.
A plataforma Zero Zero já tinha dado como certa a compra do Sporting Clube de Espinho pela empresa gestora da UDV SAD, numa altura em que Espinho tem um estádio novo pronto a abrir portas. Henrique Sereno não confirmou esse negócio.