Opinião | 25-11-2022 08:07

De Costa a Costa

“Antigamente a honra lavava-se em duelos, agora lava-se nos tribunais. ” Foi desta forma lapidar que António Costa justificou o recurso aos tribunais, face à acusação de Carlos Costa de que teria interferido no caso BPI em favor de Isabel dos Santos.

“Antigamente a honra lavava-se em duelos, agora lava-se nos tribunais. ” Foi desta forma lapidar que António Costa justificou o recurso aos tribunais, face à acusação de Carlos Costa de que teria interferido no caso BPI em favor de Isabel dos Santos.
Devo dizer que, apesar de não me espantar que António Costa tenha efectuado o referido telefonema, considero que não é decente, nem digno, que um ex-Governador do Banco de Portugal venha agora tornar públicas conversas de alcova.
Em todo o caso, é importante esclarecer que os tribunais também não são lavandarias da honra até porque a honra não se lava com sentenças judiciais. A honra é um imperativo de consciência que assenta no sentido do dever que não é delegável em quem quer que seja. Além disso, a verdade judicial é uma verdade formal, o que significa que é uma verdade que colide com a própria noção de honra.
No entanto, também não me espantaria que o recurso aos tribunais servisse apenas para António Costa transformar o caso num caso judicial, para desta forma se poder esquivar ao tema com o seu conhecido argumento " à política o que é da política, à justiça o que é da justiça ."
É certo que as revelações de Carlos Costa atingem a imagem de António Costa e que uma decisão judicial favorável a António Costa pode contribuir para lavar a sua imagem. Mas uma coisa é a cosmética, outra coisa é a honra.

Santana-Maia Leonardo

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