Opinião | 21-12-2022 10:00

Compadrio na Inatel: vira o disco e toca o mesmo

Compadrio na Inatel: vira o disco e toca o mesmo
À Margem/Opinião
Francisco Madelino, presidente da Fundação Inatel

Francisco Madelino, também conhecido como Chico o Glorino, não respondeu ao telefonema de O MIRANTE mas mandou um funcionário perguntar o que é que queríamos dele.

A Inatel é um daqueles organismos públicos onde vão parar todos os políticos desempregados. Francisco Madelino nunca ocupou cargos de grande relevo nos governos PS, mas foi sempre um notável do partido com cargos como o de presidente do IEFP, entre outros. Como é um político que, na nossa opinião, tem medo da própria sombra, é uma grande admiração que esteja a ser notícia por suposta corrupção. Que ele é padrinho político de muita gente, que tem o seu séquito bem montado e lubrificado, isso todo o mundo sabe. Mas quantos há como ele nos partidos do arco do poder ? E quem é que acha que isso é crime para além de ser eticamente reprovável? Mas o que é que se espera de uma pessoa que ganha a sua vidinha em cargos políticos e não sabe fazer mais nada?
O PS é o partido do arco do poder que tem mais responsabilidade em situações como a que Francisco Madelino está a viver. O mais certo é que as acusações caiam em saco roto. Não por acaso o presidente da Inatel se recusou a responder ao telefonema de O MIRANTE e mandou um funcionário perguntar, também por telefone, o que é que nós queríamos de sua excelência, "Chico, o Gloriano".

Má gestão e favorecimento na Fundação Inatel põe em causa gestão de Francisco Madelino

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social está a fazer uma auditora à gestão do político socialista de Glória do Ribatejo na Fundação Inatel. Francisco Madelino, que é presidente da Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, é suspeito de fazer favores políticos, de má gestão, de favorecer um arquitecto e de “comprar” os sindicatos. A investigação tem por base uma carta enviada ao Presidente da República.

O presidente da Fundação Inatel, Francisco Madelino, está a ser investigado por má gestão, favorecimento político e por beneficiar pessoas que conhece, além de usar meios da fundação pública para comprar os sindicatos. As acusações constam de uma carta enviada ao Presidente da República por um grupo de trabalhadores que não se identificou, mas que menciona as situações com pormenores de quem conhece bem a gestão da Inatel.
Quem já esteve em funções na Inatel confirma precisamente que a forma como a denúncia foi apresentada que é de alguém que está próximo da administração da fundação e que se não lidar com os dossiês, pelo menos conhece-os muito bem. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mandou a denúncia para o primeiro-ministro e António Costa determinou que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social investigue a gestão de Madelino, suspeito também de favoritismo e despesismo ao fazer várias viagens ao estrangeiros e a comprar serigrafias de valor avultado.
Madelino, natural do concelho de Salvaterra de Magos, onde é presidente da assembleia municipal e que tem tido uma carreira política à conta do PS, é acusado de favorecer um arquitecto com uma prestação de serviços de 1580 euros mensais para acompanhar obras, quando se refere na carta que há pessoal no Inatel para executar essas funções. A queixa refere que o arquitecto foi para a Inatel quando perdeu os contratos com o ISCTE ao qual Madelino está ligado como professor.
O socialista é também acusado de ter comprado as centrais sindicais para obter o acordo de empresa com os trabalhadores. Os denunciantes dizem que o socialista Francisco Madelino permitiu a utilização e a compra de parte das instalações no Porto por parte da CGTP e contratou como assessora jurídica e para dar apoio à contratação colectiva a secretária-geral adjunta da UGT.
A gestão da Inatel pelo político socialista, que foi presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional, tem estado envolta em polémica. No ano passado a Unidade da Combate à Corrupção da Polícia Judiciária fez buscas nas instalações da fundação em Lisboa no âmbito de uma investigação por abuso de poder e peculato, que envolvem actuais e antigos funcionários. Os inspectores recolheram vários documentos e elementos sobre contratos suspeitos que foram feitos por ajuste directo a uma empresa de brindes.
O MIRANTE contactou Francisco Madelino por chamada telefónica que este não atendeu nem devolveu e enviou uma mensagem escrita à qual o político socialista não respondeu. À revista Visão, o presidente da fundação, que tem uma parte do orçamento assegurado pelo Ministério do Trabalho, negou que tenha cometido qualquer irregularidade.

Polícia Judiciária faz buscas na Fundação Inatel

A Inatel foi notícia em Setembro de 2021 por estar na mira dos investigadores da Policia judiciária. Em causa estavam contratos adjudicados por ajuste directo. Até hoje não houve mais notícia desta busca policial.

A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas nas instalações da Fundação Inatel, em Lisboa. Em causa estão suspeitas de abuso de poder e peculato que envolvem atuais e antigos funcionários. A notícia é de Setembro de 2021 e segundo o Correio da Manhã, no centro da investigação estavam contratos suspeitos que foram adjudicados directamente a uma determinada empresa. Os factos remotam a 2018.
As buscas da PJ foram em Agosto de 2011 e apanharam de surpresa os responsáveis da instituição. Os inspetores da PJ passaram a pente fino os escritórios e recolheram documentos, que poderão consolidar os indícios de crime.
Mais de um ano depois não há notícia sobre as investigações e a direcção do Inatel também não emitiu qualquer informação sobre o processo.

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